O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou hoje que se o preço do barril de petróleo permanecer acima dos US$ 65 na média deste ano, os US$ 31 bilhões captados de diferentes fontes nos primeiros cinco meses de 2009 já dão “tranquilidade para que a empresa realize seus investimentos previstos para os próximos cinco anos”. “Nosso plano de investimentos é bastante ambicioso, um plano ousado, que foi muito criticado por algumas fontes importantes brasileiras. Mas nestes primeiros seis meses, a Petrobras cresceu muito mais do que muitas outras empresas de petróleo no mundo”, afirmou Gabrielli, durante a cerimônia de assinatura do contrato entre a estatal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o financiamento de R$ 25 bilhões, no Rio.
O executivo citou o fato de a estatal ter saltado no ranking das maiores empresas mundiais, passando do 37º para o 8º lugar em 2009, e lembrou que além do BNDES, a Petrobras também obteve financiamento de bancos chineses e do EximBank norte-americano, além de um pool de bancos nacionais e internacionais.
Na cerimônia, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de Minas e Energia, Edison Lobão, além do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, Gabrielli ressaltou a importância da estatal como fomentadora do desenvolvimento no País. “Diante da crise mundial, quando lançamos o plano de investimentos, sabíamos que não adiantava só a Petrobras crescer, mas também as empresas do setor. A Petrobras estimula este crescimento nas outras empresas”, disse.
Pré-sal
O ministro de Minas e Energia disse que se reunirá amanhã com o presidente Lula para traçar, junto com o presidente da Petrobras, um panorama de tudo o que vem sendo feito no pré-sal brasileiro. Lobão negou, durante a cerimônia de assinatura do contrato entre Petrobrás e BNDES, que haja certa frustração ou decepção com insucessos do pré-sal.
“O pré-sal é uma realidade e esperamos que possa ir muito além”, disse. Lobão chegou a ser interrompido por um espectador durante sua apresentação, quando falava do crescimento do País e do ritmo de desenvolvimento da Petrobras: “mas precisa primeiro desenvolver o pré-sal”, gritou o espectador. Lobão no mesmo instante já deu continuidade e frisou a importância desta nova fronteira geológica para o desenvolvimento do País. “Não é só a redenção em produção do petróleo por muitos anos, mas a elevação do prestígio da Petrobras”, disse, que lembrou o “tempo em que o Brasil precisava correr atrás de empréstimos”. “Hoje com a Petrobras, os bancos é que querem financiar a Petrobras”, disse.
O presidente Lula surpreendeu a plateia ao sair do evento sem fazer nenhum pronunciamento.