O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, defendeu nesta terça-feira (24) que a companhia está absorvendo prejuízos com o aumento dos custos e não está aumentando o seu lucro. “Não é correto dizer que estamos explorando o povo”, argumentou Gabrielli, durante audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos e de Infraestrutura do Senado, ao ser questionado pelos parlamentares sobre se os consumidores estariam pagando a diferença entre os preços dos combustíveis, nos mercados interno e externo.
Gabrielli afirmou que o aumento do custo de produtos vendidos em relação ao preço do petróleo manteve-se praticamente estável, de 2002 a 2008 (respectivamente em 63,9%, 55,2%, 58,6%; 56,4%; 60%; 61,2% e 67,8%) e que esta seria uma evidência da absorção dos custos pela Petrobras.
Ele disse também que desde 2002 o preço do petróleo tipo Brent subiu 292% em dólar e que, no mesmo período, o avanço da receita operacional líquida da empresa foi de 236%, enquanto o custo dos produtos vendidos foi de 256%. “Essa é a nossa política: não repassamos os preços internacionais, que variam”, afirmou.
Gabrielli deu como exemplo o preço futuro do contrato de diesel cotado perto das 14 horas de ontem. O papel com vencimento em abril estava cotado em US$ 464 por metro cúbico, o de maio em US$ 472; o de junho, em US$ 482 e em julho em US$ 491. Gabrielli explicou que minutos depois essas cotações haviam variado muito no mercado futuro. “Não podemos acompanhar esses preços. Não podemos fazer isso no mercado brasileiro”, disse.