Gabrielli é o novo presidente da Petrobras

Arquivo / O Estado

José Sérgio Gabrielli: indicado
de Lula e apoio de Dilma.

Rio (AG) – José Sérgio Gabrielli, 55 anos, é o novo presidente da Petrobras. Ele assume o posto no lugar do então presidente da empresa, José Eduardo Dutra, que deixa o cargo para concorrer ao Senado pelo estado de Sergipe. Gabrielli, anunciado oficialmente ontem, tem o apoio da ex-ministra de Minas e Energia e atual titular da Casa Civil, Dilma Roussef. Assume interinamente a diretoria financeira da estatal, Almir Barbassa, atual gerente de Finanças Corporativas.

Formado pela Universidade Federal da Bahia como economista, o novo presidente assumiu o cargo de diretor financeiro e de relações com investidores da empresa em fevereiro de 2003 por indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, seu nome causou apreensão no mercado, que considerava seu perfil acadêmico demais para a função.

Aos poucos, no entanto, Gabrielli foi quebrando o gelo e conquistou a simpatia do mercado e de investidores. Recentemente vem sendo contemplado com uma série de homenagens. Em novembro do ano passado recebeu da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) o XX Prêmio Profissional do Ano, como destaque de finanças. Em 2005, ganhou do jornal The New York Post o título de ?Melhor Executivo de Finanças da América Latina?. Neste mesmo ano, ganhou ainda o trófeu ?Equilibrista?, conferido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – IBEF.

Com mestrado sobre incentivos fiscais e desenvolvimento regional, Gabrielli é doutor em Economia pela Boston University, onde defendeu uma tese sobre Financiamento das Estatais no período de 1975 a 1979. Em seu currículo estão os cargos de pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e coordenador do Mestrado em Economia da Universidade Federal da Bahia. Além disso, o executivo é superintendente da Fundação de Apoio a Pesquisa e Extensão (Fapex), tendo escrito livros sobre a reestruturação produtiva, mercado de trabalho, macroeconomia e desenvolvimento regional.

Entre seus principais desafios, está o alcance da meta de auto-suficiência do país em produção de petróleo, estipulada para 2006. A empresa vem atingindo recordes sucessivos de produção. Outra conquista importante para a Petrobras será a recomendação de Investment Grade das principais agências de classificação de risco do mundo. Com a nota, a empresa terá mais facilidades para captar no mercado interno e externo e poderá assistir à valorização do preço de suas ações. Apenas neste ano, os papéis Preferenciais da Petrobras já subiram 11,73%, enquanto as ações Ordinárias registram alta de 15,55% até a última sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo, para efeito de comparação, teve perdas de 3,72% no mesmo período.

Desde o início de fevereiro de 2003, quando Gabrielli assumiu a diretoria financeira da empresa, as ações Ordinárias da estatal subiram 14,68%, enquanto as Preferenciais tiveram ganhos de 15,11%, contra 3,58% da Bovespa. Os dados são da Economática.

A empresa tem ações listadas no Brasil, Estados Unidos e Espanha e se prepara para lançar seus papéis na Argentina.

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