G7 expressa preocupação com alta do petróleo

O G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) expressou preocupação com o impacto da alta do petróleo na economia mundial. Ao final de um encontro em Washington, o grupo divulgou um comunicado pedindo mais investimentos na exploração, produção, capacidade de refino e na infra-estrutura petrolífera para conter a alta e a volatilidade dos preços.

Segundo o G7, os países produtores de óleo cru deveriam garantir um clima mais favorável aos investimentos na área, abrir seus mercados através de práticas comerciais transparentes e estabelecer prazos regulatórios mais consistentes.

Tais medidas, diz o comunicado, são necessárias para que o fornecimento de petróleo seja estabilizado a médio prazo.

A iniciativa da Agência Internacional de Energia e de países produtores de petróleo de terem disponibilizado uma maior quantidade de óleo para o mercado no auge da crise também foi elogiada pelo grupo.

Déficit e protecionismo

Outras duas preocupações mencionadas no texto são o crescente desequilíbrio das contas correntes de muitos países, em especial o dos Estados Unidos, e o aumento de um sentimento protecionista no mundo. ?O desafio de lidar com os desequilíbrios econômicos globais a médio prazo é uma responsabilidade de toda a comunidade internacional?, diz o texto.

?A melhor forma de combater tais desiqualdades é através de medidas que aumentem a possibilidade de crescimento sustentável dos países pobres e emergentes?, acentua o documento, continuando: ?O G7 tem um papel fundamental neste aspecto, assim como os outros.?

Além da redução do déficit dos Estados Unidos em conta corrente, o comunicado defende o avanço das reformas estruturais na Europa. Já o Japão, diz o texto, deve fazer as duas coisas: diminuir o déficit e avançar nas reformas.

Os sete países mais ricos do mundo elogiaram a recente iniciativa da China de atrelar a sua moeda a uma cesta de moedas, mas alertaram que Pequim deve persistir na busca por uma maior flexibilidade de seu regime cambial.

O comunicado diz que o excesso da volatilidade e dos movimentos desordenados das taxas de câmbio são prejudiciais para o crescimento econômico dos países.

As propostas de reformas do FMI compiladas em um documento, elaborado pelo diretor-geral do Fundo Monetário, Rodrigo de Rato, foram bem recebidas pelos líderes das potências mundiais.

O relatório que vinha sendo produzido desde que Rato assumiu a direção da instituição no ano passado servirá de base para as discussões da reunião conjunta do FMI e Bird durante o final de semana.

Presente à reunião, o ministro da Fazenda Antônio Palocci disse que os ministros do Tesouro americano, John Snow, e britânico, Gordon Brown, se posicionaram favoravelmente em relação à posição defendida pelo Brasil de aumentar a representatividade dos países emergentes nas cotas do Fundo Monetário.

Uma decisão mais firme sobre o perdão da dívida externa dos países altamente endividados foi mais uma vez adiada. O G7 apenas reafirmou o compromisso do grupo em financiar integralmente este alívio financeiro.

Além do Brasil, China, India, Rússia e África do Sul participaram da reunião. E, de novo, os cinco foram convidados a participar da próxima reunião do G7, que acontece em dezembro, na Grã-Bretanha

Rodada de Doha

A rodada de Doha também foi assunto de destaque durante a reunião do G7 desta sexta-feira em Washington.

Para o G7, as negociações comerciais dentro da OMC (Organização Mundial do Comércio) só vão avançar se tanto os países ricos como os emergentes cederem. Os países ricos devem eliminar todas as formas de subsídios agrícolas e os emergentes, aumentar o acesso a seus mercados de produtos industriais e de serviços.

Os países se comprometeram a fazer avançar as negociações comerciais para que a próxima reunião ministerial da OMC, que acontece em Hong Kong, em dezembro, não seja um fracasso.

Segundo Palocci, até mesmo os Estados Unidos e países na Europa, que resistem a eliminar os subsídios agrícolas, se mostraram mais determinados a colaborar com uma agenda comum.

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