A necessidade de ampliar a participação dos emergentes na governança global foi reconhecida neste sábado (13) pelo G-20. “É preciso reconhecer a realidade”, disse o ministro de Finanças do Reino Unido, Alistair Darling. Segundo ele, diversas economias tiveram crescimento muito grande nos últimos anos e merecem mais voz nas instituições financeiras internacionais. “Elas querem sentar na mesma mesa.”
Ficou decidido que uma revisão das cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI) será feita até janeiro de 2011. Essa era a data já em discussão entre os integrantes, representando um prazo inferior aos cinco anos normalmente estabelecidos para a revisão – a última foi feita em 2008.
As autoridades também acreditam que o FMI deve estar preparado para ajudar os emergentes com problemas nesta crise. O fundo tem hoje US$ 250 bilhões, valor insuficiente para atender às necessidades impostas pela turbulência.
Apesar de concordarem que o capital do FMI deve ser elevado, os representantes do G-20 não chegaram à definição de um valor específico. Fala-se em recursos adicionais de US$ 250 bilhões a US$ 500 bilhões. Segundo Darling, o valor será definido pelo encontro dos chefes de estado do G-20, em abril.
“É importante que o FMI adapte seus instrumentos para as necessidades da crise”, disse o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Tim Geithner. “Queremos ver uma governança global mais justa.” Ao ser questionado se os EUA abririam mão do veto que possuem no FMI, ele não respondeu diretamente e disse apenas que o país “vai olhar para tudo que é necessário”.
A declaração contra o protecionismo, que aparece no primeiro parágrafo do comunicado, também é outro ponto que interessa a emergentes como o Brasil. Darling afirmou que é preciso combater todas as formas de protecionismo, já que o seu retorno seria “desastroso”. “Não podemos deixar isso ocorrer em nenhuma circunstância.”