Trabalhadores da Refinaria de Paulínia (Replan), na cidade de Paulínia, em São Paulo, relataram ter ouvido três explosões no início da madrugada desta segunda-feira, 20, quando teve início o incêndio na planta industrial. A força da explosão lançou um tanque da refinaria a uma distância de 300 metros, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
As chamas começaram após a explosão do tanque de águas ácidas, que fica no setor de craqueamento. A unidade teria acabado de passar por uma paralisação para manutenção e sofrido uma série de intervenções em seus equipamentos. O fogo também atingiu a unidade de destilação, causando o rompimento de várias linhas de tubulações.
A Petrobras informou que não houve vítimas e que apura as causas do acidente. Segundo o Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro-SP), os trabalhadores da refinaria foram dispensados pela manhã, incluindo os da área administrativa e de outros setores. Foram mantidos trabalhando somente os funcionários diretamente envolvidos na manutenção das unidades danificadas e equipes de operações de Saúde, Meio Ambiente e Segurança.
O acidente pode ser consequência da redução no quadro de funcionários da Petrobras e nos investimentos em manutenção, avaliou o coordenador-geral da FUP, Simão Zanardi.
“A Petrobras fez um programa de demissão voluntária e não houve reposição do quadro de funcionários. Uma das linhas de investigação nossa para a explosão é a falta de efetivo, e outro problema é a falta de manutenção. Nessa passagem de gestão do Pedro Parente e agora do Ivan Monteiro (na presidência da Petrobras), as manutenções estão sendo adiadas para economia de dinheiro. Isso torna as unidades vulneráveis a registrar vazamentos e quebra de equipamentos”, contou Simão em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, ainda pela manhã.
A Replan responde por 20% da produção da Petrobras. A explosão ocorreu às 0h51 desta segunda-feira. A brigada de incêndio foi acionada para o combate às chamas, e o funcionamento das duas unidades de destilação e duas unidades de craqueamento foi interrompido imediatamente.
“Foi decidida a parada geral preventiva das unidades de processo”, relatou o Sindipetro-SP, em nota. “Não houve emissão de gases tóxicos para a atmosfera. Não houve vítimas. Focos de fogo totalmente extintos. A origem da ocorrência não foi determinada até o momento”, completou o comunicado.