O governo discute reduzir juros de financiamentos com recursos dos fundos constitucionais do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, usados principalmente como fonte para obras de infraestrutura. A ideia é manter a atratividade desses empréstimos com a queda da taxa básica de juros (Selic) e suprir um vácuo deixado pela baixa capacidade de investimento público em momento de aperto fiscal.

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Historicamente usados pelo governo para fechar as contas públicas, os recursos desses fundos tiveram liberação recorde no primeiro semestre deste ano. O aumento foi de 34% na comparação com os primeiros seis meses de 2016. Contribuiu para a maior liberação também a ampliação das possibilidades de financiamentos com esses recursos, entre elas para capital de giro de empresas.

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“Há uma orientação do presidente Michel Temer de reduzir as taxas para acompanhar a redução da Selic, ou então vamos perder a atratividade”, disse à reportagem o ministro da Integração, Helder Barbalho, pasta responsável pela gestão dos fundos.

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A redução da taxa de juros já está em discussão e depende de decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo o Estadão/Broadcast apurou, a proposta em estudo é diminuir as taxas para os fundos constitucionais do intervalo atual de 8,55% a 16,9% para de 5,46% a 12,77%. Em março do ano passado, o governo já havia reduzido as taxas de juros dos financiamentos com esses recursos. A decisão final sobre uma nova redução caberá aos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, e do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que integram o CMN.

Recursos

A liberação de recursos dos fundos bateu recorde no primeiro semestre. Foram R$ 11 bilhões ante R$ 8,2 bilhões no ano passado. Foi o maior volume liberado desde a criação dos fundos, na década de 80. O maior crescimento foi registrado no fundo da Região Centro-Oeste (alta de 97%), com a liberação de R$ 3,2 bilhões. O maior volume foi liberado no fundo do Nordeste (FNO), R$ 6,328 bilhões (alta de 19%). Os financiamentos contratados no fundo do Norte (FNO) somaram R$ 1,387 bilhão, aumento de 16%.

Mesmo com a dificuldade enfrentada pela equipe econômica para fechar as contas neste ano, o ministro Barbalho nega que haja pressão para manter os recursos nos cofres públicos e reforçar, assim, o superávit primário. “Há uma sensibilidade de que a única forma para retomar o crescimento é criar oportunidades para que a roda gire. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.