Negócios

Fundo vai investir US$ 130 mi em novas empresas brasileiras

A empresa Redpoint e.ventures anunciou hoje o lançamento de um fundo de US$ 130 milhões (R$ 265 milhões) para investimentos em start-ups (pequenas empresas de base tecnológica) brasileiras. O objetivo é comprar fatias de firmas em estágio inicial que tenham como foco o desenvolvimento de serviços de internet, tanto móvel quanto fixa.

Parte desse montante já foi investido em cinco empresas: Viajanet (de compra de passagens e reserva de hotéis pela rede), Grupo Xangô (serviços de computação em nuvem), 55Social (marketing em redes sociais), Shoes4you (comercialização de sapatos por modelo de assinatura) e Shophie&Juliete (venda direta de bijuterias).

O dinheiro do fundo vem de investidores internacionais – não há brasileiros entre eles. O modelo de negócios é comprar uma parte da start-up, mas sem o objetivo de ter o controle o controle da empresa, que continuaria com seus criadores. “Estamos aqui para criar um sistema de apoio, mas o responsável pelo sucesso do negócio é o empreendedor”, diz Anderson Thees, sócio-fundador da Redpoint e.ventures, que foi fundada neste ano. Ele afirma que os recursos devem ser investidos em um período de três a quatro anos, em um conjunto de cerca de 20 empresas.

Ele não revela quanto já foi colocado nas cinco start-ups que já têm participação do fundo. Depois de algum tempo, o fundo vai se desfazer da sua participação na start-up, por meio da venda para outras companhias ou para os próprios criadores da empresa ou a abertura do capital na Bolsa. Como ainda existe pouca cultura de pequenas empresas negociando ações no mercado financeiro, no Brasil a tendência é buscar aquisições por outras companhias, diz Thees.

Como a Redpoint e.ventures é resultado da associação de empresas de investimento internacionais, também existe a expectativa de adaptar no Brasil ideias de negócios de start-ups que tenham participação do grupo e que são bem-sucedidas em países como Estados Unidos, Rússia e China.

“Vamos importar muito modelo de negócio para depois começar a exportar também”, diz. Também pode haver ajuda para encontrar profissionais desses países e que tenham interesse em trabalhar em start-ups brasileiras -o Xangô, por exemplo, contratou engenheiros russos recentemente.

O discurso da empresa de investimentos é o de incentivar a cultura do uso de capital de risco para o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil. “Hoje você tem US$ 200 milhões ou US$ 300 milhões em investimento de capital de risco no Brasil, enquanto países muito menores, como Israel, têm bilhões”, afirma Yann de Vries, também sócio da companhia. 

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