economia

Fundo questiona venda de ativos da Abengoa

A venda das linhas de transmissão da Abengoa para o fundo americano Texas Pacific Group (TPG) está sendo questionada pela Verti Capital, empresa de investimentos nacional que tentou levar o ativo, mas foi superada pelos estrangeiros. A Verti diz que está disposta a oferecer mais dinheiro pelas linhas e quer a realização de novo leilão. A companhia enviou notificação ao administrador judicial da Abengoa contestando a operação e pretende ingressar com recursos na Justiça.

Em disputa está o direito de comprar as sete linhas de transmissão da Abengoa, que entrou em recuperação judicial em 2016 após sua controladora espanhola fazer o mesmo pedido na Justiça europeia. A venda de ativos faz parte do plano de reestruturação e tem como objetivo levantar recursos para pagar credores da empresa.

Em dezembro, a Verti fez lance de R$ 477 milhões pelas linhas, superando a oferta inicial de R$ 400 milhões do TPG. Porém, os americanos já haviam acertado previamente o direito de cobrir proposta superior, caso ela surgisse, e ofereceram em seguida R$ 482 milhões, levando o ativo.

A empresa brasileira questiona o acordo e argumenta que não teve tempo para fazer nova proposta, como era a intenção. “São dois pesos e duas medidas. Não houve paridade na hora de tratar os concorrentes. Foi feito uma audiência e não um leilão”, diz Arthur Migliari, advogado que representa a Verti.

A Verti já havia enviado comunicação ao administrador judicial e ao Grupo Abengoa indicando desconforto com a postura do TPG no processo. No documento, acusava o rival de tentar desqualificar a proposta para arrematar as linhas por valor inferior ao oferecido. E reiterava interesse no negócio.

Fundada em 2014 por três investidores, a Verti Capital comprou em 2015 a rede de farmácias Mais Econômica da Brasil Pharma – empresa que pertencia aos sócios do BTG e hoje está em recuperação judicial – e agora busca novos ativos.

O TPG, que fechou o escritório no Brasil em 2016, criou um fundo de infraestrutura para atuar em países emergentes, como o Brasil. Procurado, o TPG preferiu não se manifestar. Os advogados da Abengoa também não quiseram comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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