O executivo-chefe do fundo de resgate europeu, a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), Klaus Regling, procurou minimizar as expectativas sobre um possível investimento chinês para alavancar o fundo. As opções para alavancagem permitirão que investidores privados e países ricos – como a China – apliquem recursos na linha de compra de bônus da EFSF. Já o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, afirmou hoje que o país ainda está considerando se investirá nessas opções.
Os comentários de Regling forma feitos após líderes da União Europeia fecharem um acordo na noite de quarta-feira para reduzir a dívida da Grécia e expandir o poder de fogo da EFSF em quatro ou cinco vezes, o que permitirá que a linha forneça garantias para cerca de 1 trilhão de euros de bônus emitidos por países europeus em dificuldades. As autoridades estão estudando financiar a expansão da EFSF, em parte, com investimentos de economias emergentes ricas, como a China, e o executivo-chefe do fundo está em Pequim para buscar investimentos chineses nos novos veículos de propósito específico.
Durante entrevista à imprensa, Regling disse que não espera “qualquer resultado preciso” de sua visita à China, onde, segundo ele, está se reunindo com funcionários do Banco Central chinês e do Ministério das Finanças. “Não haverá uma conclusão, hoje, certamente, durante a nossa visita”, acrescentou.
Ele negou a especulação de que os líderes europeus serão forçados a oferecer concessões à China em troca do investimento, dizendo que “eu não estou aqui para discutir concessões”. As autoridades da China já são compradores regulares de bônus da EFSF e eles não têm tratamento especial em comparação com outros investidores do fundo, ressaltou Regling.
Ele disse que está otimista de que a EFSF terá relações de longo prazo com a China como um comprador de bônus. Segundo Regling, a China tem necessidade de investir seus superávits externos e os bônus da EFSF têm apelo comercial.
Num esforço paralelo à visita de Regling, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu ontem ao presidente da China, Hu Jintao, para discutir o pacote de socorro da zona do euro.
Em um fórum nesta sexta-feira, o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, afirmou que o país manterá uma “mente aberta” e acolherá a discussão sobre todas as medidas que a União Europeia negociou para lidar com sua crise da dívida, e que o país está considerando se investirá no novo veículo de investimento.
Os acordos fechados pelos líderes europeus sinalizam um progresso importante, mas os líderes precisam mover-se de um compromisso político para uma ação real, declarou Zhu. Elevar os níveis de adequação de capital nos bancos europeus terá um “impacto sistêmico” positivo, afirmou o vice-ministro. As informações são da Dow Jones.