O fundo de US$ 50 bilhões prometidos pelo Banco Comercial e Industrial da China (ICBC) só terá resultado efetivo a partir do primeiro semestre de 2016. Um grupo de trabalho formado por representantes da Caixa e do ICBC, que é o maior banco do mundo, vai passar os próximos 60 dias trabalhando no formato do fundo e suas regras de financiamento. Só depois desta etapa é que serão definidos quais os empreendimentos prioritários para o fundo.

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Os recursos virão do chamado “Programa de Financiamento Verde” para a América Latina e Caribe (GFP), criado pelo banco chinês para bancar projetos sustentáveis em energia limpa, infraestrutura e agricultura na região. Segundo a diretoria da Caixa, os recursos não vão bancar apenas empreendimentos tocados pelos asiáticos no Brasil, ou seja, o dinheiro ficará à disposição de qualquer empreendedor que tenha um projeto enquadrado nos critérios do programa.

Não está decidido se o fundo apenas oferecerá linhas de crédito às empresas brasileiras e chinesas que tocam projetos de interesse dos dois países ou se atuará também como um fundo de participações, ou seja, sendo sócio das companhias. Esse último modelo é o adotado pelo fundo de investimento com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FI-FGTS, também administrado pela Caixa. O FI-FGTS não só empresta dinheiro às empresas para os projetos de infraestrutura como também atua como sócio de algumas companhias.

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De acordo com o “memorando de entendimento de implementação de projetos para promoção de investimentos e criação de oportunidade de negócios entre os dois países”, o primeiro investimento, que vai servir como projeto-piloto, deve ocorrer no segundo semestre deste ano. O documento foi assinado nesta terça-feira, 19, pelos presidentes dos dois bancos.

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O que está certo é que, como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo, caberá ao banco brasileiro a administração do fundo de US$ 50 bilhões. A presidente da Caixa, Miriam Belchior, disse que o volume de recursos pode ser ampliado, dependendo dos projetos e do interesse do parceiro chinês. Com US$ 3,3 trilhões em ativos e US$ 278 bilhões em valor de mercado, o Banco Comercial e Industrial da China é o maior banco do mundo, segundo a revista Forbes.

A expectativa do governo é de que os recursos ajudem a impulsionar o pacote de concessões de infraestrutura que será anunciado em junho. A parceria entre a Caixa e o banco chinês foi um dos 35 acordos assinados entre os dois países em áreas como transporte, agricultura, mineração, ciência e tecnologia e comércio. Os documentos foram oficializados pelo primeiro-ministro da China, Li Kegiang, em viagem oficial ao País, e pela presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.