O fundo de resgate da zona do euro deve aumentar em quantidade e qualidade, afirmou neste domingo o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean Claude Trichet, antes de uma reunião de ministros de Finanças europeus em Bruxelas, que ocorrerá amanhã. “O BCE acredita que este fundo deve ser melhorado”, disse Trichet em entrevista à televisão francesa LCI e à estação de rádio RTL.
Ele declarou que melhorar a qualidade do fundo significa que ele deverá ser “tão flexível como possível” na maneira como é usado. No ano passado, a União Europeia criou um fundo de apoio de 440 bilhões de euros chamado Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), mas os mercados financeiros estão preocupados que, mesmo com esse volume, os recursos oferecidos não sejam suficientes se uma economia do tamanho da Espanha precisar de ajuda.
Em Paris, a ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, disse à imprensa na sexta-feira que os membros da zona do euro estão considerando expandir o FEEF para garantir a estabilidade do bloco. Eles pretendem explorar novas formas de usar o fundo, o que pode envolver comprar dívida soberana da zona do euro no mercado secundário.
Trichet observou que a atual situação não é uma crise do euro, mas um sintoma de dificuldades com finanças em alguns países da zona do euro. Ele avalia que, qualquer que seja a forma ou o tamanho do fundo, “é a credibilidade das políticas conduzidas pelos governos (dos países) que conta”. Segundo ele, “o problema da credibilidade do ajuste europeu de um modo geral será melhorado por um aumento quantitativo e por mais flexibilidade”.
Durante a entrevista, Trichet comentou, ainda, que o BCE se compromete a tomar decisões difíceis para garantir a estabilidade de preços e está sempre vigilante sobre riscos de inflação. “Consideramos que as taxas estão apropriadas, mas ao mesmo tempo todo mundo sabe que sempre tomaremos decisões, mesmo que sejam difíceis de tomar, que terão permitido sustentar a estabilidade dos preços durante os últimos 12 anos”, acrescentou.
O presidente do BCE reiterou sua posição sobre a moeda chinesa, que considera subvalorizada. Também lembrou que o dólar forte e confiável é interesse dos Estados Unidos e da comunidade internacional. As informações são da Dow Jones.