Em meio a uma onda no mercado financeiro de zerar taxas de fundos, a Mint Capital lançou um fundo de ações sem taxa de administração. A empresa vai remunerar a gestão com uma taxa de 30% de desempenho acima do índice de referência, porcentual mais alto que os costumeiros 20% entre gestores de ações.
A decisão da gestora de fundos e private equity com R$ 94 milhões sob gestão e dez anos de existência chega em um momento de discussão no mercado sobre novos modelos de negócios que combatem custos velados ao investidor e defendem o “cashback” (retorno) de comissões de vendas.
Segundo o sócio da Mint, Cassio Beldi, zerar a administração é uma atitude para discutir a distorção do mercado em que há oferta de produtos que remuneram bem os agentes econômicos – gestores e distribuidores, por exemplo -, mas não necessariamente o investidor.
Abrir mão da taxa de administração é factível, segundo Beldi, por causa da receita de outras áreas da Mint, além da alocação de capital de longo prazo. “É isso que nos permite olhar longe”, afirma, mencionando as áreas de participação direta (private equity), por exemplo.
O fundo começou na semana passada com R$ 5 milhões dos sócios e objetivo de chegar a R$ 300 milhões. “Não temos pressa para chegar lá”, afirma Beldi.
Ao zerar a taxa de administração e cobrar 30% de taxa de desempenho, o fundo Mint tem como justificativa buscar parceiros ou, nas palavras de Beldi, coinvestidores.
O valor de aplicação mínima (R$ 100 mil) e a parca distribuição na largada – está disponível apenas no site da Mint e na plataforma customizada para a gestora pela Órama – são elementos que restringem os possíveis futuros parceiros.
Outro limitador é o prazo de resgate de um ano. “O prazo de resgate é uma blindagem comportamental, uma ferramenta educacional. As pessoas deveriam entender que investir em Bolsa é algo para longo prazo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.