A Força Sindical anunciou ontem que resolveu criar um fundo de greve para os cerca de 3.500 metalúrgicos que trabalham na Volkswagen-Audi, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
O fundo, segundo a Força, seria para auxiliar os trabalhadores que estão em greve há 15 dias, já que a empresa teria anunciado que vai descontar todo esse tempo em que a produção está paralisada.
A greve será decidida em dissídio no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em audiência que ainda não foi marcada. O fundo, segundo a Força Sindical, será formado por recursos arrecadados pelo próprio sindicato.
A última audiência realizada na semana passada no TRT não resultou em acordo. Por isso, o caso será decidido em dissídio. Desta forma, a Força tem até amanhã para apresentar ao TRT as suas argumentações acerca da greve. Depois disso, será a vez da empresa apresentar sua posição, e em seguida é que será marcada a data do dissídio.
A reportagem procurou a montadora ontem, mas foi informada que a empresa continua com a mesma posição da última sexta-feira, quando o gerente executivo de Recursos Humanos, Nilton Júnior, afirmou a O Estado que os valores pedidos pelos funcionários “fogem à realidade”.
Na ocasião, Júnior também afirmou que as propostas feitas até agora pelo menos três são melhores do que aquelas feitas em outros locais do país onde a empresa possui montadoras, como Taubaté e São Bernardo do Campo, em São Paulo, por exemplo. Ele afirmou à reportagem que “novas montadoras em outros estados também têm pago salários menores que os do Paraná”.
A última proposta da empresa foi de reajuste salarial de 7,57% em setembro, que seriam 3% de aumento real mais 4,44% de correção de 100% do INPC; abono de R$ 2 mil e aumento de adicional noturno para 25% a partir de agosto do ano que vem.
Os trabalhadores concordaram com o valor e as datas de pagamento do abono, mas reivindicam 10% de reajuste salarial em setembro, que seriam 5,32% de aumento real, mais 4,44% referente aos 100% do INPC.
Os funcionários também querem adicional noturno de 30% e a sua aplicação imediata, além da reorganização da grade salarial, aumentando de cinco para 11 o número de níveis. Segundo a Força Sindical, nesses 15 dias de greve a Volks deixou de produzir 12.320 automóveis.