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Funcionários dos Correios rejeitam proposta e continuam em greve

A maioria dos sindicatos dos trabalhadores dos Correios decidiu pela continuidade da greve nacional, que completou 22 dias nesta quarta-feira. Até as 17h, 19 dos 35 sindicatos da categoria espalhados pelo País já haviam rejeitado o acordo salarial proposto na terça-feira, em audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.

Em Curitiba, cerca de 300 funcionários da estatal participaram da assembleia que aprovou a manutenção da paralisação. Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Luiz Antonio Ribeiro de Souza, no interior do Paraná também decidiram pela continuidade da greve: Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, Paranavaí, Ivaiporã, Arapongas, Apucarana, Rolândia, Cambé, Paranaguá, Umuarama, Francisco Beltrão e Campo Mourão.

O diretor do Sintcom-PR, Silvério Luiz Burkater, considerou a proposta de conciliação do TST “um retrocesso”. Nas contas de Burkater, os funcionários sairão perdendo. “A proposta anterior tinha R$ 500,00 de abono de imediato e R$ 80,00 de aumento linear para ser dado em janeiro. Nesta nova proposta retiraram os R$ 500,00 e adiantaram os R$ 80,00 para ser dado em outubro. A gente perde R$ 260,00”, considerou o diretor do Sintcom-PR.

“É preferível que a negociação vá para dissídio coletivo porque a proposta de conciliação foi rebaixada. Os funcionários querem R$ 200,00 de aumento linear. Se eles derem este aumento, nós aceitaremos a proposta”, disse o diretor do Sintcom-PR, Jurandi Damião da Silva.

Uma nova rodada de negociação está prevista para ocorrer no TST, em Brasília, na próxima segunda-feira (10).

Greve

A pauta de reivindicação é nacional e foi encaminhada aos Correios 45 dias antes de iniciar a greve, segundo Damião da Silva. Inicialmente, os trabalhadores pediram R$ 400,00 de aumento linear, piso de três salários mínimos, vale-alimentação no valor de R$ 30,00 e cesta básica de R$ 210,00.

As propostas dos Correios, antes da greve, eram de pagamento de R$ 50,00 de aumento linear em janeiro, abono salarial de R$ 800,00, reposição da inflação de 6,87% e vale-refeição no valor de R$ 25,00. Os funcionários rejeitaram a proposta e entraram em greve no dia 14 de setembro.

Depois de 13 dias de greve, os Correios pediram uma contraproposta dos funcionários. Eles diminuíram a reivindicação de aumento linear de R$ 400,00 para R$ 200,00, o vale-refeição baixou de R$ 30,00 para R$ 28,00 e a cesta básica caiu de R$ 210,00 foi para R$ 200,00.

Por sua vez, os Correios ofereceram R$ 80,00 de aumento linear para janeiro, abono salarial de R$ 500,00, reposição da inflação de 6,87% e vale-refeição no valor de R$ 25,00. Não houve acordo e a greve continuou.

Na audiência de conciliação que houve nesta terça-feira, no TST, em Brasília, ficou acordado reajuste de 6,87% (reposição da inflação do período) retroativos a agosto de 2011 e aumento linear de R$ 80,00 em outubro. O acordo prevê o desconto de seis dias parados entre janeiro e dezembro de 2012. Os outros 15 dias deverão ser compensados aos sábados e domingos, até no máximo à segunda quinzena de maio de 2012. Os funcionários dos Correios também rejeitaram a proposta nesta quarta-feira e decidiram pela continuidade da greve.

Avaliação

Segundo o Sintcom-PR, 70% dos trabalhadores da área operacional dos Correios no Paraná estão em greve. Já a assessoria de imprensa da estatal sustenta que só 20% dos empregados dos Correios aderiram à greve no Estado. A empresa realocou funcionários administrativos e da área de negócios para prestar apoio operacional na triagem e entrega de objetos postais.

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