Cerca de 200 pessoas ocupam o pátio do edifício do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio, em protesto ao modelo de venda de ações do Banco do Brasil com a intermediação do BNDES, na posição de agente de privatização.
O protesto é organizado pela associação dos funcionários do banco, a AFBNDES, que questiona a opção pela venda dos papéis em ofertas públicas, o que exige o pagamento de comissão a bancos contratados na condição de intermediários na transação. Segundo a associação, se a opção fosse pela venda via mesa de operações do BNDES, o custo desse processo seria menor, pois não seria necessário pagar as comissões.
As tensões em torno da venda das ações levou à destituição da superintendente jurídica, Luciana Tito, cuja atuação estava focada na transparência das movimentações do banco, a partir da observação de uma série de procedimentos jurídicos antes de ser tomada qualquer decisão de investimento e desivestimento de grande porte, como essa.
Segundo fontes, regras internas do BNDES exigiriam pareceres jurídicos e técnicos para justificar a precificação dos papéis do BB. Divergências em torno dessas regras entre a diretoria do BNDES e Tito teriam levado à destituição da funcionária do cargo. O BNDES não comentou a destituição da executiva.
“Questionamos a forma como estão sendo feitas as coisas no banco atualmente. Sempre tivemos orgulho de pertencer a essa instituição justamente porque sempre foram respeitados os procedimentos e normas técnicas”, afirmou Arthur Koblitz, em seu discurso, aos manifestantes.