Rio (AG) – Os funcionários do Banco Central realizam hoje o Dia Nacional de Luta contra a desativação das CAPs e pela ampliação do atendimento ao cidadão. Previsto para acabar em agosto, o serviço personalizado do Banco Central será substituído por uma linha 0800 automatizada, centralizada em Brasília. ?Substituir o atendimento personalizado por um serviço automatizado não trará nenhum benefício à população?, critica o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), David Falcão.
Para o dirigente sindical, a medida representa um retrocesso que distancia ainda mais o Banco Central da sociedade, que hoje só o associa aos aumentos dos juros. Submetido a filas cada vez maiores, taxas de serviço abusivas, débitos indevidos e ao descaso no atendimento a pedidos de informações, o usuário do Sistema Financeiro Nacional conta basicamente com as Centrais de Atendimento ao Público (CAPs) para obter respostas às suas queixas. Além de prestar informações ao público, são as CAPs que, através de denúncias e reclamações, atuam como interlocutores entre o cliente e a instituição financeira, solucionando os problemas.
O trabalho das CAPs possibilitou a criação de uma lista, o Ranking das Instituições mais Reclamadas, divulgada mensalmente no site do BC (www.bcb.gov.br).
Em janeiro deste ano, os bancos Santander Banespa, ABN AMRO, Banco do Brasil, Unibanco e Bradesco lideraram a lista. Para o presidente do Sinal, com a criação de um atendimento automatizado os bancos poderão livrar-se do peso deste ranking, que tanto incomoda a Febraban. Atualmente, cerca de 170 funcionários do BC realizam este serviço nas 10 centrais localizadas em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre.
Nos últimos cinco anos foram registrados mais de 3 milhões de atendimentos, entre denúncias, reclamações e pedidos de informações, feitos pessoalmente, por e-mail, fax, correspondência e pelo telefone 0800-992345, que cobre todo o Brasil.