Funcionários do Banco Central em greve

Os funcionários do Banco Central estão em greve por tempo indeterminado, desde ontem, em todo País. A categoria rejeitou a proposta apresentada pelo governo, na última quinta-feira, de reajuste de 22% escalonados até outubro de 2005. Para este ano, a proposta prevê um reajuste de apenas 4%.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Sérgio Belsito, cerca de 85% dos servidores estão de braços cruzados. A categoria reivindica que o reajuste seja aplicado integralmente este ano. “Não estamos inflexíveis. Aceitamos o escalonamento, mas queremos que a última parcela seja paga, no máximo, em janeiro de 2005,” afirma Belsito. Estima-se que o reajuste trará um acréscimo de R$ 165 milhões por ano na folha de pagamento do BC.

Em Curitiba, a adesão à greve é de quase 70%, segundo o presidente da regional Curitiba do Sinal, Luiz Carlos Alves de Freitas. São quase 130 funcionários lotados na capital paranense. Das nove regionais – além da sede em Brasília -, sete estão paralisadas, com exceção de Fortaleza (CE), onde a assembléia acontece apenas hoje, e Belém (PA). Protestos estão sendo realizados em frente às unidades regionais do Banco. Em Brasília, sede da instituição, cerca de 500 servidores estiveram ontem pela manhã, concentrados na porta do banco exigindo aumento.

Falta de dinheiro

A greve já atinge o departamento de Meio Circulante Mecir (encarregado de distribuir o dinheiro na rede bancária) do Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Salvador. Com isso, poderá haver falta de dinheiro no mercado. “A chance disso ocorrer é grande, mas o Banco do Brasil vai suprir uma parte da demanda. Mesmo assim, haverá locais prejudicados”, afirma Freitas, da regional Curitiba.

Os grevistas vão realizar diariamente assembléias de avaliação sobre o movimento. Surgindo alguma proposta, os funcionários irão discutir a informação. Depois disso, vão decidir se continuam com a greve ou voltam a trabalhar.

Os últimos reajustes para a categoria aconteceram em 2002 (3,5%) e 2003 (1%). O índice deste ano será escalonado conforme a função e o Plano de Cargos e Salários. “Não será todo mundo que vai receber 22% de aumento”, comenta Freitas.

Em campanha por aumento de salário desde o final de 2003, os funcionários do BC já realizaram cinco paralisações este ano. O Banco tem um total de 4.600 funcionários, dos quais 50% estão concentrados em Brasília.

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