Em plena campanha de reajuste salarial, os metalúrgicos de São José dos Campos (SP) retomaram hoje a greve na General Motors (GM). A decisão foi tomada em assembleias que reuniram cerca de quatro mil trabalhadores do primeiro turno, segundo nota do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
Ontem, representantes do sindicato e da montadora participaram de audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região. Como as partes não chegaram a um acordo, o desembargador Luiz Antonio Lazarim, vice-presidente do TRT, determinou que haja um novo encontro entre as partes esta semana. Além de reajuste salarial, os metalúrgicos pedem a suspensão do afastamento, promovido ontem pela GM, de dois diretores sindicais. Procurada, a empresa preferiu não comentar as negociações.
A paralisação de hoje é a terceira realizada desde o último dia 10. Às 14 horas, o sindicato realiza assembleia com os trabalhadores do segundo turno. “Os trabalhadores reafirmaram também um chamado aos funcionários da GM de São Caetano do Sul para que iniciem paralisações para aumentar a pressão sobre a empresa”, afirmaram os sindicalistas, em nota. Em assembleia, os trabalhadores de São Caetano (SP) também rejeitaram a proposta das montadoras na segunda-feira.
A última proposta apresentada pelo Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) foi de 6,53%, sendo 4,44% de reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), aumento real de 2% e abono de R$ 1,5 mil. Os trabalhadores, por sua vez, reivindicam 14,65% de reajuste, sendo 8,53% de aumento real.
Renault e Volvo
No Paraná, os metalúrgicos da Renault-Nissan e da Volvo encerraram a greve na manhã de hoje, após assembleia. Os funcionários da Volkswagen-Audi, no entanto, continuam paralisados. Os metalúrgicos reivindicavam reajuste de, no mínimo, 8% já em setembro, além de abono de R$ 2 mil e correção do vale-mercado para R$ 120.
Segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, quatro mil metalúrgicos diretos e outros mil terceirizados da unidade da Renault de São José dos Pinhais, na região de Curitiba, e 2,6 mil trabalhadores da fábrica da Volvo na Cidade Industrial de Curitiba aceitaram a proposta.
O Sindicato dos Metalúrgicos tem audiência com a diretoria da Volkswagen hoje e uma nova assembleia deve ocorrer amanhã, quando 3,5 mil funcionários diretos e outros 2 mil terceirizados, em greve há 11 dias, discutirão o fim da paralisação.
