Funcionários da Eletrobras fazem greve para garantir PRL

Os funcionários da Eletrobras cruzaram os braços nesta quarta-feira, 28, na tentativa de assegurar o pagamento de participação nos Lucros e Resultados (PRL), apesar do prejuízo de R$ 6,2 bilhões registrados pela companhia no ano passado. Mas, a paralisação, que seria de 72 horas, durou só até o início tarde. Para facilitar as negociações, os trabalhadores decidiram suspender a greve até a apresentação, nesta quinta-feira, 29, de uma contraproposta pela Eletrobras.

“Existe uma tradição no grupo, que não se negocia quando se está em greve por tempo determinado”, explicou o diretor de negociações coletivas do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Gunter de Moura.

Hoje, em assembleia, os funcionários avaliaram como insuficiente a proposta apresentada pela Eletrobras de pagar um PLR diferenciado entre as subsidiárias do grupo e ainda excluir os trabalhadores que aderiram ao último Programa de Incentivo ao Desligamento (PLD). Na prática, os trabalhadores das empresas que tiveram lucro financeiro em 2013 receberiam um valor mais elevado do que os empregados das demais subsidiárias, que fecharam o ano no vermelho.

A Eletrobras amargou um prejuízo de R$ 6,287 bilhões em 2013. Em 2012, o resultado também foi negativo, em R$ 6,879 bilhões. Entretanto, os funcionários reclamam que não podem ser punidos pelas perdas, sob o argumento de que o caixa da estatal estaria sendo prejudicado por decisões do governo e da direção da empresa, como a Medida Provisória (MP) 579, que estabeleceu as regras para a renovação das concessões que vencem entre 2015 e 2017.

O pagamento de participação nos lucros é referente aos resultados verificados no ano anterior. Embora a estatal já tivesse registrado prejuízo em 2012, os funcionários conseguiram que a Eletrobras pagasse o PLR aos empregados no ano passado com base no princípio de cumprimento de metas.

Segundo Moura, a proposta da Eletrobras só não foi rejeitada por trazer uma pegadinha. Caso fosse recusada, seria configurada como se ela não existisse, podendo ser retirada da mesa de negociação. O diretor de negociações coletivas do (Senge-RJ) calcula que a adesão ao movimento gira na casa dos 90% a 95% dos empregados. O percentual não engloba as equipes de operações que trabalham nas salas de controle das usinas.

Procurada a companhia não quis comentar a greve.

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