Os funcionários da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em greve há oito dias, bloquearam ontem a rodovia PR-423, em Araucária, por uma hora e meia. O protesto começou às 7h30 da manhã. A manifestação fez com que se formasse um congestionamento de seis quilômetros (três em casa pista), tirando a paciência de muitos motoristas que passavam pelo local no momento do protesto. Caminhões de som atravessados e pneus queimando na pista ajudaram a interromper o tráfego.
Os grevistas querem que a CSN atenda as reivindicações de equiparação de salários e benefícios em relação à unidade de Volta Redonda (RJ) da empresa. Clementino Tomás Vieira, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (Simec), declarou que os manifestantes não estavam bloqueando a rodovia ?por bagunça?. A intenção deles era sensibilizar a população e o governo para mostrar o ?descaso da empresa? em não atender as reivindicações dos trabalhadores.
?O governo dá incentivo para a empresa se instalar. A CSN foi a primeira siderúrgica no Estado. Mas ela não dá uma melhor contra-partida para o trabalhador. A CSN trata a unidade do Paraná como um filho ilegítimo?, afirmou. De acordo com ele, se a empresa não resolvesse o impasse, as ações seguintes dos grevistas seriam invadir a Câmara Municipal de Araucária e ir até o Palácio Iguaçu. A próxima reunião entre a CSN e o sindicato está marcada para quarta-feira, dia 18.
Durante o protesto, um homem foi identificado no meio da multidão pelos grevistas como representante da empresa. Ele estaria tirando fotos para entregar funcionários parados à direção da CSN. Houve um princípio de tumulto, inclusive com agressões. Logo os policiais militares que estavam acompanhando o protesto isolaram o homem e o levaram para local seguro, longe dos protestantes. A greve entra hoje no oitavo dia e os empregados começam a ficar preocupados com a indefinição, pois a CSN já declarou que vai descontar os dias parados. Mesmo assim, a paralisação segue por tempo indeterminado.
