Quem mora em Curitiba e região e depende de serviços prestados exclusivamente pelas agências da Caixa Econômica Federal só tem uma opção em um raio de cerca de 100 quilômetros a partir da capital. Isso porque, devido à greve dos funcionários do banco, apenas a unidade de Rio Negro, a 109 quilômetros ao sul de Curitiba, abriu normalmente.

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Por enquanto, a solução para a maioria dos clientes do banco é usar os serviços dos caixas eletrônicos, lotéricas e postos conveniados. Hoje a greve dos bancários da instituição pública entra no 21.º dia.

Ontem, após um feriadão sem conversas entre grevistas e o banco, as negociações foram retomadas. A reunião, marcada inicialmente para as 15h, começou apenas no final da tarde, em Brasília, e não terminou com antecedência suficiente para que a proposta apresentada pudesse ser votada em grande parte das assembleias.

Em Curitiba, onde a assembleia estava marcada para começar às 17h30, a deliberação dos grevistas foi pela continuidade da greve e realização de uma nova reunião hoje à tarde, que deverá apreciar a possível proposta de ontem.

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A principal exigência dos funcionários da Caixa é em relação à adoção de um Plano de Cargos Comissionados (PCC), visto por eles como uma política de valorização salarial e profissional.

Além disso, os grevistas pedem igualdade de direitos entre funcionários. Eles entendem que os bancários que ingressaram na instituição depois de 1998 têm menos direitos.

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Contratações de mais colaboradores, reconhecimento pelo cumprimento das metas sociais e uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior, aditiva à regra geral da categoria, também estão na pauta de reivindicações, assim como reajuste salarial de 12%.

Uma proposta da Caixa, divulgada ontem pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) ainda antes da reunião de Brasília, muda o cálculo da PLR, estabelecendo valor por grupos de cargos, mas com um mínimo de R$ 4 mil ou o valor oferecido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) aos grevistas das instituições particulares na semana passada o que for maior. O banco também propôs reajuste de 6% nos salários e a contratação de 3 mil funcionários, entre outros pontos.

Desde 2003, o piso salarial dos bancários acumulou uma alta de 13,2% acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo constatação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf).