Os cerca de 3,5 mil colaboradores da unidade curitibana da Bosch, que estavam em greve desde a última segunda-feira (17), chegaram, ontem, a um acordo com a empresa em relação à Participação nos Lucros e Resultados (PLR) deste ano, e colocaram fim à paralisação.
Com o acordo, nenhuma das principais companhias do setor metal-mecânico da Grande Curitiba, afetado por greves durante a semana, está parada. Na Case New Holland, no entanto, nenhum acordo ainda foi fechado, e pelo menos duas empresas médias do ramo estão paradas.
Com uma votação secreta e de resultado apertado, trabalhadores dos três turnos da Bosch aprovaram, na unidade da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a última proposta oferecida ontem pela empresa, que prevê o pagamento de uma primeira parcela de R$ 3,5 mil, ainda este mês, e uma segunda parcela, a ser paga até janeiro de 2011, de R$ 500 a R$ 1,5 mil, dependendo do alcance ou superação de metas estabelecidas pela multinacional. Os dias parados não serão descontados.
De acordo com o diretor de Mobilização do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Nelson Silva de Souza, a pouca diferença nos votos (1.311 trabalhadores votaram a favor do acordo e 1.055 foram contra) não é um bom sinal para a companhia.
“Isso demonstra para a diretoria que a empresa ainda tem que melhorar muito em questões como os benefícios e a grade salarial”, afirmou. Segundo ele, o SMC entendia que um acordo ideal seria de uma PLR de pelo menos R$ 5 mil. “Mas o resultado da votação será respeitado”, acrescentou.
O acordo na multinacional alemã abre, agora, espaço para as negociações na vizinha Case New Holland. Lá, os funcionários aguardavam as definições nas outras grandes empresas do ramo. A última proposta, recusada por eles, era de uma PLR de R$ 4,5 mil, com a primeira parcela, de R$ 3 mil, a ser paga este mês.
Impasses
Apesar dos acordos nas maiores companhias, em algumas empresas médias do setor impasses em relação ao PLR de 2010 continuam. Ontem, os cerca de 350 funcionários da Rodolinea, que fabrica implementos rodoviários na CIC, rejeitaram uma proposta de R$ 2 mil para o benefício, e entraram em greve por tempo indeterminado.
Agora, eles se juntaram aos aproximadamente 900 trabalhadores da Brafer, em Araucária, que pedem uma PLR de R$ 3 mil e estão parados desde a última segunda-feira.