Greve

Funcionários da Bosch paralisam as atividades

Depois de iniciarem a semana com uma paralisação de duas horas, na última segunda-feira, os metalúrgicos da Bosch rejeitaram, na manhã de ontem, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), uma nova proposta oferecida pela empresa e iniciaram greve por tempo indeterminado.

Os cerca de 3 mil funcionários da unidade paranaense da empresa querem 3,7% de aumento real, mais outros benefícios. As negociações, que acontecem há duas semanas, fazem parte da data-base da categoria, que é o dia 1.º de dezembro.

A última proposta oferecida pela Bosch envolve a correção, já em dezembro, dos salários pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses, que corresponde a 4,13%.

A empresa também prometeu conceder mais 3,5% de aumento real, porém o reajuste ocorreria apenas em dezembro de 2010. A companhia ainda ofereceu abono salarial de R$ 2 mil, divididos em duas parcelas iguais, sendo a primeira no mês que vem e a próxima em fevereiro de 2010.

Os funcionários, no entanto, querem, além da correção pelo INPC, 3,7% de aumento real já a partir de janeiro de 2010 e abono de R$ 2 mil em dezembro. A reivindicação tem como base um acordo fechado recentemente a multinacional Case New Holland (CNH), que também tem uma planta na CIC, onde fabrica tratores e colheitadeiras. No acordo, a empresa também pagou um vale-mercado de R$ 130, entre outros benefícios.

A Bosch, por outro lado, afirma que a crise mundial ainda surte efeitos na empresa, especialmente na unidade de Curitiba, que produz componentes para sistemas a diesel e tem a maior parte de sua produção voltada ao mercado internacional.

A empresa informou que ainda não recuperou o nível de exportações do período anterior à crise, e que a previsão de vendas para 2010 é significativamente menor do que a deste ano.

Em junho, a Bosch efetuou cerca de 900 demissões e colocou 3 mil funcionários em licença remunerada, paralisando temporariamente toda a produção na unidade da CIC.

A companhia ainda afirmou, em nota, que “mesmo face à forte redução de suas vendas em relação a 2008, apresentou uma nova proposta ontem ao Sindicato dos Metalúrgicos da região.”

A empresa também disse entender que a proposta “é coerente com a situação dos negócios, contribuindo para assegurar a sua competitividade e sustentabilidade no médio e longo prazo.”

Hoje, os funcionários da empresa devem realizar uma nova assembleia em porta de fábrica. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka, se houver proposta ela já deverá ser votada. Caso não haja, a greve irá continuar.

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