Estiveram reunidos ontem, em Florianópolis (SC), na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Santa Catarina (Fetaesc), as entidades representativas dos produtores e da indústria do fumo do Sul do Brasil, para a negociação do preço da nova safra. No encontro, as entidades apresentaram suas propostas, ficando definido que o preço referencial a ser praticado terá aumento de 4% sobre os valores da safra passada.

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A representação dos produtores apresentou uma proposta que totalizava 24,9% de reajuste, índice muito acima da variação do custo de produção apurado pelos próprios agricultores, que foi de 6,2%. Já a proposta do Sindifumo se baseou no seu levantamento do custo de produção, que apontou um aumento de 3,98%, cujo índice foi apurado levando em consideração os mesmos critérios utilizados na safra passada, o qual difere do levantamento dos produtores somente no item relativo à valorização da mão-de-obra.

Na avaliação do presidente do Sindifumo, Claúdio Henn, o aumento de 4% mantém a reposição integral do custo de produção e deve assegurar margem de lucratividade aos fumicultores, diferente da maioria dos produtos do agronegócio brasileiro.

Para o Sindifumo, considerando o momento extremamente difícil que o setor exportador está enfrentando, com problemas como a alta taxa de juros, a irreal valorização da moeda brasileira frente ao dólar, questões tributárias, entre outros, a indústria fumageira não teria condições sequer de repor a variação do custo de produção. ?O aumento pleiteado pelos representantes dos produtores está totalmente fora da realidade econômica do País e, se fosse praticado, certamente inviabilizaria a fumicultura no Brasil?, razão pela qual o Sindifumo considera encerrada a negociação desta safra, justificou Henn.

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A comercialização do fumo inicia nesta semana, em todas as empresas filiadas ao Sindifumo, já com os valores reajustados em 4%. Com este índice, a tabela referencial divulgada pela representação dos produtores apresenta a classe BO1 cotada por R$ 5,81 o quilo e a TO2 por R$ 4,67, enquanto que a arroba vale R$ 87,15 e R$ 70,05, respectivamente.