As cadernetas de poupança continuaram em agosto, recebendo recursos retirados pelos aplicadores dos fundos de investimento. Segundo dados divulgados hoje (5) pelo Banco Central (BC), a captação líquida da poupança no mês passado foi de R$ 4,885 bilhões, enquanto os fundos de investimento financeiro (FIFs) registravam, até o dia 29, saques de R$ 3,612 bilhões.
Mas o ritmo da perda nos fundos de investimento diminuiu bastante, em consequência das medidas adotadas pelo BC para reduzir a volatilidade das cotas e o risco do investidor. Esses problemas haviam sido provocados pela exigência, do próprio BC, de que os fundos passassem a registrar os títulos de suas carteiras pelo valor de mercado – e não pelo valor de face dos papéis -, o que resultou em desvalorização das cotas. Posteriormente, essa regra foi atenuada.
Os técnicos da instituição admitem que a confiança ainda não é total, mas argumentam que é apenas uma questão de tempo para que os depósitos nos fundos voltem a superar os saques. ?Já conseguimos estancar a maior parte da sangria?, disse um técnico.
Em agosto, a retirada de recursos dos FIFs caiu para menos de um terço do verificado nos dois meses anteriores. Em junho, no pico da crise de credibilidade que atingiu o sistema, os saques chegaram a R$ 16,348 bilhões. Em julho, mais R$ 12,151 bilhões deixaram esse tipo de aplicação. Quem lucrou com a migração dos recursos foi a poupança, que já registra uma captação líquida positiva de R$ 16,849 bilhões neste ano, mais do que o dobro da soma de todos os depósitos e rendimentos do ano passado, que foi de R$ 7,211 bilhões.