O jornal britânico Financial Times publica nesta terça-feira um caderno especial sobre o Brasil. No mesmo dia em que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, chega à cidade de Londres para reuniões com investidores, a publicação alerta que, se o País não voltar a crescer, seu grau de investimento estará em risco.

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“Mercados tendem a ser menos tolerantes em um período prolongado de fraco crescimento que os investidores estratégicos. Se não houver sinais de recuperação, dizem analistas, a classificação de crédito do País, que tem estado sob pressão pelo déficit fiscal, poderá voltar a ser alvo”, diz o texto de abertura do caderno especial.

O FT lembra da crise política e os casos de corrupção que afetam a Petrobras e atingem vários grupos políticos. Além disso, o jornal cita a fraqueza da economia e a fragilidade da situação fiscal deixada pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. “Este ano é esperado para ser um acerto de contas”, diz o FT, ao comentar que ações estão sendo tomadas na estatal petroleira e nas contas públicas.

A reação do governo, diz o FT, trouxe aspectos positivos, como a estabilização política do governo e a aparente determinação de Dilma Rousseff “em colocar as finanças públicas em ordem depois que o País sofreu o primeiro déficit primário em mais de uma década em 2014”.

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“O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, um falcão fiscal treinado pela Universidade de Chicago, quer um superávit primário de 1,2% este ano e cerca de 2% em 2016”, diz o texto. “O Banco Central também, depois de anos à deriva da inflação no topo da meta, agora acredita que pode atingir o centro do intervalo”.

O FT diz que investidores de longo prazo tiveram uma primeira reação positiva, mas ainda aguardam detalhes, como as regras do novo pacote de concessões. O mercado financeiro e os investidores de horizonte mais curto, porém, poderão ser vulneráveis à falta de crescimento da economia, segundo a publicação britânica.

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O caderno de quatro páginas tem reportagens sobre vários temas ligados ao Brasil, com evolução da classe média, política e consequências econômicas da crise política.