O crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor de transportes, abaixo dos 4,6% registrados pelo setor de serviços, mostra que outros segmentos têm maior relevância na composição do PIB de serviços que o segmento de transportes. Isso acontece porque no segmento rodoviário, principalmente, existe uma frota antiga e pouco produtiva. A avaliação é do professor de logística da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP), da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Manuel Reis.

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Segundo Reis, o baixo preço do frete rodoviário cobrado no Brasil é insuficiente para permitir uma modernização e atualização da frota que tem idade média de 15 anos. "Uma frota antiga implica em baixa produtividade e altos custos de manutenção", afirma. Segundo ele, o ideal seria que o setor mantivesse uma frota com idade média de cinco a seis anos. Conforme o professor da FGV, o frete médio cobrado no Brasil atualmente equivale a 43% do preço do frete cobrado nos Estados Unidos. O problema é agravado pelas péssimas condições das estradas. "Além disso, tem a questão da informalidade", afirma.

O professor critica que a situação atual do País é reflexo da falta de planejamento do governo. "Não temos noção de onde queremos chegar. Falta planejamento integrado e uma visão de governo focada em uma política de desenvolvimento, seja interno ou internacional", avalia. Na opinião de Reis, o problema não é falta de recursos, já que o governo arrecada 40% do PIB brasileiro em impostos. "O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), por exemplo, parece brincadeira de criança. Nada foi feito e a burocracia é muito grande", afirma.

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