Felipe Rosa
Caem preços das carnes bovina e de frango.

 

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Ao contrário do que normalmente ocorre, neste ano o frio não deve maltratar o bolso do consumidor. A inflação dos alimentos, que há tempos tem prejudicado o orçamento familiar, na terceira quadrissemana de maio ficou em 0,006% pelo acompanhamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que mede o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em Curitiba.

Mesmo com a vulnerabilidade a que estão sujeitos alguns produtos, como hortaliças, por causa de geadas, a aposta é de estabilidade nos preços, em função da queda acentuada em subgrupos como as carnes. O peito de frango já barateou 7,5%. A carne bovina também está contribuindo significativamente. Pelo IPC, a costela bovina registra 4,6% de baixa e o coxão mole está, em média, 4,8% mais barato.

Safra

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 Para o diretor de estatística do Ipardes, André Nojima, o recuo das carnes está fortemente vinculado às cotações internacionais dos insumos, especialmente das commodities agrícolas como o milho, que influenciam no preço da ração animal. “Frango é considerado milho andando e, com a safra agrícola entrando no mercado, o avicultor já repassa a redução do custo da criação de aves”, aponta.

O diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (Seab), Francisco Simeoni, também aposta na queda dos preços. “Não há nenhuma notícia de quebra na safra norte-americana e isso já está refletindo no mercado interno, com a saca de milho valendo R$ 19. No ano passado, na mesma época, a saca custava R$ 26”, compara.

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O IPC de maio, que deve ser divulgado pelo Ipardes nesta semana, ainda traz alguns resquícios de pressão inflacionária, como a alta de 3,3% no leite pasteurizado. Já o grupo alimentos e bebidas terá alta inferior a 1%.

Felipe Rosa

Conhecimento evita perdasFrancisco Simeoni diz ainda que todo o conhecimento repassado aos produtores dos principais cinturões agrícolas do Paraná para o plantio de pastagens de inverno e a cobertura das culturas para proteger da geada evitam perdas e a consequente alta de preços das hortaliças e do gado e leite. “Vivemos uma recomposição da oferta atrelada às tecnologias, como o sistema de alerta contra geadas. Isso, somado à preocupação do governo com a inflação e a redução no preço do combustível, tende a fazer nos próximos 30 dias os efeitos positivos de todo esse pacote sirvam para sensível queda no preço dos alimentos”, prevê.