Foto: Aliocha Maurício

Plantio na região metropolitana: frio provoca verdadeiras ?queimadas?.

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O frio que atinge o Paraná desde a semana passada – e que se intensificou nos últimos dias – mexeu com os preços dos hortifrutis vendidos na Ceasa (Centrais de Abastecimento) de Curitiba. Conforme levantamento realizado ontem, 29 produtos pesquisados ficaram, em média, 6,5% mais caros na comparação com o dia 21 de maio. Para os consumidores, a alta deve ser sentida a partir da semana que vem, quando há risco de faltar alguns produtos nas prateleiras.  

Entre os itens pesquisados, a couve-flor foi a que mais subiu nos últimos dez dias: 66,67%, com a dúzia passando de R$ 15,00 (dia 21 de maio) para R$ 25,00 (ontem). Em seguida, aparece a abobrinha verde, com alta de 60%; a caixa de 19 quilos, que custava R$ 20,00, passou para R$ 32,00 com a geada esta semana. Também a alface crespa ficou mais cara: a caixa de 18 unidades passou de R$ 8,00 para R$ 12,00, ou seja, aumento de 50%.

De acordo com o gerente da Divisão Técnica da Ceasa-PR, engenheiro agrônomo Nilo Ribas, são as folhosas – como alface, rúcula, repolho – as que mais sentem os efeitos do frio. Depois vem o grupo das hortaliças-frutos, representadas por produtos como chuchu, abobrinha, pepino, tomate, pimentão. ?Produtos como o pepino e o tomate são típicos de clima mais ameno. Qualquer geada pode comprometer a produção?, observou Ribas. No caso do tomate, a alta no preço foi de 38,89% – a caixa de 23 quilos, que custava R$ 18,00, passou para R$ 25,00 – e, do pepino, de 38,46%, com a caixa de 21 quilos comercializada a R$ 18,00; dez dias atrás, custava R$ 13,00.

Algumas frutas também ficaram mais caras; é o caso da manga Tomy, que custava R$ 28,00 (caixa com 21 quilos) na última quarta-feira e passou para R$ 36,00 ontem – aumento de 28,57%. O limão tahiti também sofreu os efeitos do frio: a caixa de 26 quilos, que custava R$ 28,00 na semana passada, era vendida ontem por R$ 35,00 – alta de 25%.

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Por outro lado, os tubérculos – caso da cenoura, da batata e da beterraba, produzidos sob a terra – são os que menos sofrem os efeitos do frio intenso. O preço da cenoura caiu 5,88% nos últimos dez dias, a batata ficou 33,33% mais barata e a beterraba não teve alteração de preço.

Os valores se referem aos preços pagos dentro da Ceasa, em Curitiba, tanto a produtores como a atacadistas. Entre os principais clientes da Ceasa estão feirantes e supermercados; uma parte ainda é destinada para outros estados, como Santa Catarina.

Consumidor

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A alta nos preços de vários produtos na Ceasa – dos 29 pesquisados, 12 tiveram alta, 8 queda e 9 ficaram estáveis – deve ser sentida pelo consumidor a partir da semana que vem, acredita o engenheiro agrônomo Nilo Ribas. ?Na semana que vem, pode haver falta de alguns produtos?, avisou. Segundo ele, por enquanto houve apenas redução na oferta de alguns itens, mas não falta.

?Com o frio, há muitos que se antecipam e colhem antes do tempo para evitar prejuízos?, comentou. A produção de hortifrutis de Curitiba e região metropolitana representa 65% do total que abastece as Ceasas de todo o Paraná.