O clima mais frio e chuvoso já está afetando os preços e a qualidade de hortigranjeiros, na Grande Curitiba. O tomate e o chuchu começaram a semana com cotações bastante elevadas nas Centrais de Abastecimento do Paraná S.A (Ceasa).
Em compensação, produtos como a couve-flor e a batata, cuja safra está começando a ser colhida, estão mais baratos. Os trinta itens de maior consumo na região tiveram queda, em média, de 14,05% em seus preços, esta semana.
De acordo com o gerente do Ceasa, Valério Borba, o preço da couve-flor caiu 40%, e o valor da batata, 34,8%, ambos em relação à semana passada. Para ele, no caso da batata ainda há espaço para mais quedas, à medida que a colheita do produto avança.
“Nos Campos Gerais a terra ainda está encharcada, e muitos produtores preferem não colher. Quando começarem, teremos mais oferta e a tendência é de preços ainda melhores para os consumidores”, analisa.
A queda no valor da batata deve ser um alívio ao bolso dos consumidores do item, que só este ano, até abril, já enfrentaram uma alta de 86,8% nos preços, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A segunda safra do produto, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), está 32% colhida e 37% comercializada.
Segundo o economista Marcelo Moreira, do Deral, a safra atual da batata, que tem seu pico em maio e junho, teve atrasos no plantio, e talvez sofra algumas perdas devido ao clima muito úmido.
“Mas não deve haver quebra de safra”, prevê. O produto, lembra ele, é bastante produzido em Curitiba e Região Metropolitana, o que torna os custos de frete, quando existentes, bastante baixos.
Altas
Enquanto a batata fica mais em conta, o tomate, cujos preços já oscilaram bastante durante o ano, deve passar por novas altas nas prateleiras. Conforme o IPCA, o produto acumula aumento de 43,77% entre janeiro e abril.
Na Ceasa, a alta, só na última semana, foi de 52%. Borba lembra que os atacadistas estão procurando tomates mais vermelhos, já que o produto verde costuma encalhar nos supermercados.
Porém, com o frio e o excesso de umidade, a produção da região de Curitiba demora a amadurecer. Com isso, os compradores buscam o produto em outros locais, o que encarece o frete e, por consequência, o preço final.
Além do tomate, outra alta causada pelo clima foi a do chuchu, que dobrou de preço. Mas o gerente da Ceasa lembra que o produto, que não floresceu na época certa, estava com valor bastante baixo, gerando perdas aos produtores. Segundo ele, uma caixa de 20 quilos do item passou de R$ 5 para R$ 10, em uma semana. “Agora é que o valor está no patamar correto”, diz Borba.