As vendas de pinhão, produto típico do Sul do País, devem aumentar com a chegada do frio no Paraná. Neste ano o Estado deve ter uma produção de 2,1 mil toneladas, número semelhante ao das últimas duas safras.
Com venda liberadas entre os meses de abril a agosto período que as pinhas estão maduras o pinhão é uma alternativa de renda para pequenos produtos rurais.
É o caso de Geralda Correia, que há 18 anos vende o produto às margens da BR-376. Segundo ela, assim que termina a colheita do milho, a família se organiza para vender o pinhão, que ela compra de outros produtores.
?A gente pega dos vizinhos porque na nossa área não tem araucária?, conta. Segundo ela, o veranico dos últimos dias não ajudou nas vendas, que só devem aumentar com a chegada do inverno. ?Com calor o pessoal não pára para comprar?, disse. Além do clima, ela reclamou que a concorrência também tem prejudicado as vendas. ?Tem épocas que 50 famílias montam as barracas na estrada?, falou.
O grande número de vendedores também tem atrapalhado as vendas de Ana Maria Santos, que há dois anos cuida de um ponto na BR. ?Tem muita gente vendendo, e o pessoal ainda acha pinhão nos supermercados e feiras, o que atrapalha nossas vendas?, reclamou. Tanto Ana Maria como Geralda estão com medo que essa seja a última safra que poderão vender o produto ao longo da via.
Com a concessão da rodovia e instalação das praças de pedágio a informação é que a venda será proibida. ?Eles dizem que será proibido para evitar os acidentes. Mas até hoje isso não aconteceu. Se for proibido vai prejudicar muita gente?, falou Geralda.
Produção
De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná entre os municípios considerados maiores de pinhão estão Pinhão (270 mil toneladas), Campo Largo (110 mil toneladas), Turvo (105 mil toneladas) e General Carneiro (85 mil toneladas).
A última maior safra do produto no Estado foi registrada em 2004, quando foram colhidas 2,5 mil toneladas. A totalidade da produção é para abastecer o consumo interno.
No entanto, dos produtos comercializados nas Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa) 50% vem de produtores do Paraná e o restante de estados como Santa Catarina e Minas Gerais.