A francesa Total é a mais nova integrante do seleto grupo das sete empresas que hoje participam das áreas já sob concessão, com potenciais reservas no pré-sal na Bacia de Santos. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovou transação que estava ocorrendo desde junho do ano passado, para que a Total levasse 20% do bloco BM-S-54, antes com 100% sob comando da Shell.
O bloco tem bastante destaque no mercado porque, além de já ter apresentado sucesso no primeiro poço perfurado no pré-sal, está localizado fora do chamado polo de Tupi, que concentra as principais descobertas até agora anunciadas pela Petrobras. Há um segundo poço programado para ser perfurado na área ainda este ano.
A área está em ponto estratégico no entorno do campo de Lula (ex-Tupi) e bem próximo à área de Franco, que foi repassada pelo governo à Petrobras por meio de cessão onerosa, durante a capitalização da estatal.
Analistas estimam elevado potencial para área, algo próximo a 1 bilhão de barris em reservas, apesar de a Shell ainda não ter anunciado nada oficialmente. O valor da transação também foi mantido em sigilo, mas fontes do mercado estimam que superou a casa do bilhão de dólares.
A venda da participação no BM-S-54 da Shell para a Total faz parte de planos da companhia anglo-holandês de se capitalizar. Em setembro do ano passado, a Shell surpreendeu o mercado colocando a venda um pacote de ativos no Brasil, que contempla três áreas de exploração, BM-S-8 e BM-S-45, ambos em Santos, e BM-ES-23, além das duas áreas de produção descobertas a partir de trabalhos exploratórios no antigo BS-4. A petroleira responde pela operação dos campos em produção, com participação de 40%. Também estão na lista os campos de Atlanta e Oliva, na área do BS-4. Até o momento ainda não houve nenhuma negociação que tenha se tornado pública.
A perfuração de poços do pré-sal na borda do polo de Tupi não é uma novidade no mercado. A BG já havia anunciado descoberta semelhante – sem divulgar volumes – no prospecto de Corcovado, no bloco BM-S-52, onde foram perfurados dois poços.
Até então, a participação da Total nas áreas exploratórias no Brasil se restringia a uma fatia de 41,2% no campo de Xerelete, na Bacia de Campos, que fica entre os blocos BC-2 e BM-C-14. A Petrobras operadora de todas as áreas – vem negociando com a Devon e a Total a unitização de Xerelete com o BM-C-14.
