Passado o turbilhão da crise de liquidez do sistema financeiro, o governo francês se prepara para anunciar, nos próximos 10 dias, medidas de relançamento da economia. Diante das previsões de recessão técnica – dois trimestres consecutivos de crescimento negativo -, o primeiro-ministro da França, François Fillon, deve aumentar os gastos públicos para incentivar a indústria e propor a flexibilização de direitos trabalhistas para facilitar a contratação.
A intenção dos governos europeus de enfrentar a recessão com planos nacionais foi manifestada na Cúpula da União Européia, em Bruxelas, na quinta-feira passada. No fim de semana, o ministro de Finanças britânico, Alistair Darling, indicou, em entrevista ao jornal Daily Telegraph, que planejava aumentar os gastos públicos e beneficiar os setores imobiliário e energético e fomentar pequenas e microempresas.
Iniciativa semelhante foi confirmada ontem por Fillon, em entrevista ao Le Monde. “Era preciso conter a crise financeira; agora, é preciso relançar a máquina econômica”, disse o primeiro-ministro. As medidas anti-recessão na França, cujas anúncios serão feitos a conta-gotas na próxima semana, visam a reduzir as estimativas de 40 mil novos desempregados em 2008 e até 45 mil em 2009, em razão da recessão. O estímulo ao emprego através da flexibilização de direitos trabalhistas é cogitado pelo ministro do Trabalho, Xavier Bertrand. Regras de seguro-desemprego, por exemplo, devem ser revistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.