França e Bélgica discordam sobre custo com Dexia

Os governos de França e Bélgica intensificaram as negociações hoje para alcançar um acordo dentro de 48 horas para desmantelar o banco Dexia, de origem belga, mas com parte de capital francês. Há divergências quanto à divisão dos custos da operação. Ambos os países têm sido pressionados a alcançar um acordo antes da reunião do conselho do banco, marcada para amanhã.

Os primeiros-ministros belga, Yves Leterme, e francês, François Fillon, falaram por telefone na manhã de hoje, segundo uma fonte. À tarde, houve conversas entre os ministros de Finanças Didier Reynders e François Baroin. Ambos os governos “estão discutindo o preço do Dexia Bank Belgium”, a parte belga da instituição, que a Bélgica quer comprar, segundo Elke Maes, da LBC-NVK, sindicato que representa os empregados do banco. “Ouvimos dizer que isso não será fácil”, afirmou.

Uma fonte do governo belga disse que uma reunião de ministros deveria ocorrer ainda hoje, mas ela não soube informar se haverá um anúncio a respeito do futuro do banco. A mídia belga informou que ambos os países procuram chegar a um acordo sobre o preço de venda das ações do Dexia, incluindo sua divisão de varejo na Bélgica. Eles também precisam chegar a um consenso sobre as garantias necessárias para formar o chamado “banco ruim” que permanecerá com os ativos de alto risco da instituição depois do desmantelamento do Dexia.

A Bélgica quer pagar o menor preço possível pelas ações, um problema para os acionistas franceses, que querem um acordo lucrativo, disse o diário belga l’Echo, que estimou o valor do banco entre 3 bilhões e 7,5 bilhões de euros (US$ 4 bilhões a US$ 10 bilhões). Várias instituições financeiras como Deutsche Bank, Rabobank, Credit Mutuel e BBVA mostraram interesse no Dexia Bank Belgium, segundo a imprensa belga.

Outro ponto de discórdia é qual a participação que cada governo vai cobrir com garantias da carteira do banco ruim. A França quer uma divisão de 60/40 ou 65/35, com a Bélgica ficando com a maior fatia, disse o l’Echo. A França teme que ao ficar com uma fatia maior possa perder seu rating AAA, que lhe permite tomar dinheiro emprestado nos mercados financeiros internacionais pagando juros menores.

Agências de classificação de risco como a Moody’s alertaram ontem que os ratings de França e Bélgica podem ser rebaixados em razão de seu suporte ao Dexia. As informações são da Dow Jones.

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