O governo francês divulgou o orçamento para 2015, ponderando entre o corte de gastos para sanear as contas fiscais e o cuidado para não agravar a fragilidade da economia.
O ministro das Finanças Michel Sapin detalhou os cortes de 21 bilhões de euros (US$ 26,5 bilhões), que afetarão desde benefícios sociais até o orçamento das autoridades locais. A redução de despesas, a maior desde o começo do governo do presidente François Hollande, não deve ser suficiente para reduzir o déficit ao patamar prometido no começo do ano. As autoridades argumentaram que cortes maiores poderiam afetar em demasia o crescimento econômico.
“Estamos comprometidos com a seriedade fiscal, mas recusamos medidas de austeridade”, disse Sapin em conferência de imprensa. Neste ano, a previsão é de que o déficit cresça, apesar dos cortes, para 4,4% do PIB, ante o resultado de 4,3% de 2013. O limite estabelecido pela União Europeia é de 3%.
Alguns economistas, no entanto, argumentam que mesmo a redução modesta apresentada pelo governo pode impactar o crescimento econômico de 2015, fazendo com que a atividade demore mais a se recuperar no país. “Os cortes reduzem o PIB. Se reconhecermos que estamos em uma situação já complicada, não parece ser o momento correto para isso”, disse Olivier Passet, economista e consultou do grupo Xerfi.
A redução orçamentária dos governos locais, responsáveis por cerca de 70% do investimento público francês, deve levar a uma queda de 30% do total do investimento em 2015, avalia André Laigner, socialista que chefia o Comitê Nacional de Finanças Regionais.
Na apresentação, Hollande disse apoiar os cortes no orçamento de 2015. “Reduzir gastos é necessariamente doloroso”, declarou o presidente em discurso no Palácio do Eliseu, sede do poder executivo da França. Fonte: Dow Jones Newswires.