Sindicatos de trabalhadores e empregadores reunidos no Fórum Sindical Sul, estão comprometidos na luta pela unicidade sindical, pela manutenção do custeio compulsório do sistema, com a retomada do crescimento econômico, por mais (e melhores) empregos, pela garantia dos direitos sociais e pela manutenção do artigo 8.º da Constituição Federal, em defesa do sistema confederativo da representação sindical. Esses, pelo menos, são os tópicos acordados no encontro realizado em outubro, em Foz do Iguaçu. “Agora estamos preparando o segundo encontro, em 28 de novembro, em Porto Alegre”, explica o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Alimentícias do Estado do Paraná, Ernane Garcia Ferreira.
A discussão em torno da reforma trabalhista ganha contornos bem mais acidentados do que pretendia o governo federal ao instalar fóruns estaduais para discussão da problemática. O Fórum Sindical Sul, que envolve Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – fóruns semelhantes estão se instalando em outros estados – é um evento “paralelo” ao que vem sendo coordenado pelas delegacias regionais do Trabalho. “Queremos discutir a função política das centrais sindicais, cujas decisões são tomadas sem participação do trabalhador; queremos rediscutir as propostas que estão colocadas pelo governo sobre a mesa, porque se elas forem mantidas vão quebrar o sistema confederativo”, fala o empresário João Batista Corrêa, da Calfibra, que também faz parte das discussões do fórum governamental, instalado em Brasília.
A preocupação dos sindicalistas – dos dois lados – é que a reforma trabalhista que está sendo proposta pelo governo, seja implantada “do dia para a noite”, sem que as “verdadeiras propostas dos trabalhadores sejam levadas em consideração”, explica o coordenador sindical do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Refeições Coletivas, Carlos Ferreira. “O governo está falando em “liberdade sindical? como se ela não existisse hoje, tentando iludir o trabalhador”, acentua Ferreira. Para ele, outra medida utópica é a propalada extinção da contribuição sindical (hoje um dia de trabalho) substituída por outra, de 6%, fazendo com que os sindicatos se tornem, de novo, tutelados financeiramente pelo poder central.