Cerca de 300 criadores de gado de corte e de leite da Região Centro-sul do Estado participaram ontem em Guarapuava de mais uma etapa do fórum estadual sobre rastreabilidade da carne e derivados. O encontro foi aberto pelo prefeito Vítor Hugo Burko. Fórum semelhante aconteceu também em Pato Branco, no período da tarde.
Os fóruns são uma iniciativa do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa). A intenção é esclarecer pecuaristas, técnicos e autoridades, um público de 2 mil pessoas, sobre o funcionamento do sistema estadual público de monitoramento da cadeia produtiva da carne (Cert Seab), desde a origem até a distribuição ao varejo. O sistema é desenvolvido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
Para o presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Armando França de Araújo, o encontro ajuda a conscientizar os produtores da necessidade de rastrear a cadeia produtiva a partir da origem. “Essa é nossa maior dificuldade, apesar de estarmos na sede da Aliança Mercadológica”, disse, referindo-se à cooperativa de pecuaristas do município.
A cooperativa de pecuaristas de Guarapuava deu início, há 2 anos, ao programa pioneiro no Paraná de rastreabilidade privada da carne. Segundo Araújo, a organização reúne cerca de 30 dos 300 criadores. Hoje, o fórum se desloca para Cascavel (Região Oeste) e Umuarama (Região Noroeste). O encerramento acontece amanhã, em Maringá.
Cadastro
O ponto de partida do sistema público de rastreabilidade pioneiro que o Paraná está criando é o recadastramento de propriedades e rebanhos -a princípio, bovinos e bubalinos. Ele está começando com a campanha de vacinação contra a febre aftosa, em curso desde a última sexta-feira (01) e prevista para terminar no dia 20.
Com base nesse cadastro renovado, a Secretaria da Agricultura começará a informatizar o fornecimento da Guia de Trânsito Animal (GTA), que será emitida por funcionários autorizados de entidades credenciadas como sindicatos e sociedades rurais, cooperativas e associações de criadores. A secretaria promoverá também as auditorias nas propriedades e nos rebanhos cujos pecuaristas tiverem requisitado a inscrição no sistema.
Confirmados os dados fornecidos pelos criadores, passa-se à individualização dos animais, que significa saber cada detalhe da vida de cada animal, desde os nomes dos pais, raça, propriedade de origem, peso ao nascer, local de recria e terminação, vacinas e outras medicações, tipo de nutrição, peso no abate e rendimento da carcaça, até o teor de gordura, entre outras informações.
Essas informações serão registradas no brinco duplo de plástico por meio de letras, números e códigos de barras.Os brincos serão a única despesa que os produtores farão para ingressar no Cert Seab. Feita a individualização, os dados serão compartilhados com o Sisbov, o sistema de rastreamento idealizado pelo Ministério da Agricultura.