Os setores do plástico e petroquímica estão buscando alternativas para enfrentar o futuro. A variação dos preços da matéria-prima, que oscilam com o mercado internacional, e uma possível escassez do petróleo, estão provocando uma ebulição no segmento. A necessidade de ampliação da reciclagem, que hoje atinge apenas 20%, tem sido vista como uma solução a curto prazo para o setor continuar se desenvolvendo.
E são essas e outras discussões que devem movimentar o V Fórum Sul-Brasileiro do Setor Plástico, que irá reunir hoje, em Curitiba, empresários e executivos do setor plástico, petroquímicas, indústrias transformadoras e recicladoras. O evento, promovido pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná (Simpep), tem uma extensa programação ao longo do dia, que inclui palestras com economistas e representantes das maiores empresas do setor.
O diretor executivo do Simpep, Moacir Moura, comenta que o segmento precisa estar atento à necessidade de mudança de algumas formas de atuação. ?A base do setor é petróleo, que é um recurso finito. Além disso, os conseqüentes aumentos no preço internacional do produto têm interferido muito no desempenho das empresas brasileiras?, disse. Para ele, o segmento precisa buscar novas tecnologias de gestão e aproveitamento, principalmente voltadas à reciclagem, para dar uma sobrevida ao petróleo.
?A reciclagem de plástico no Brasil ainda é pequena, e atinge 20%. Ao contrário do alumínio, em que o País é campeão mundial de reciclagem. Precisamos mudar esse panorama e entendemos que a conscientização passa do catador nas ruas até a sede das empresas?, ponderou. Em relação aos preços, Moura afirma que o setor fica vulnerável à flutuação do mercado internacional do petróleo, e mesmo o dólar em baixa não tem representando muitas vantagens para as empresas. O diretor comentou que o setor tem buscado formas de importar resina plástica, que chega a ser até R$ 500 mais barata por tonelada. O problema são os entraves da importação. Por isso o setor já estuda a possibilidade de criar uma espécie de cooperativa, para aumentar o acesso ao produto internacional.
No Brasil, o setor de plástico e petroquímica é formado por cerca de 8 mil empresas, das quais, 700 estão no Paraná. Elas geram 250 mil empregos diretos no País e perto de 18 mil no Estado. Só o plástico responde por 2% do Produto Interno Bruto (PIB), e está presente em quase todos os setores produtivos.
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