A Agência Internacional de Energia (AIE) traçou nesta terça-feira (10) um quadro favorável para o mercado global de produtores de petróleo, ao afirmar que a oferta de países que não integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não está se mantendo em nível superior ao ritmo de expansão do consumo e que será necessária uma grande redução da demanda para tirar o ímpeto dos preços elevados da commodity. Apesar da esperança dos consumidores de que uma queda na demanda por petróleo em países como os EUA ou entre os europeus possa ajudar a atenuar as condições apertadas do mercado global, a AIE afirmou que será necessário um declínio maior do consumo de petróleo, já que o aumento dos custos e a escassez de equipamentos estão atrasando projetos e a chegada de ofertas adicionais ao mercado.

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"Nós tivemos apenas um pequeno crescimento na oferta este ano de países que não estão na Opep. Há atrasos em alguns projetos nos países da Opep", afirmou o chefe da divisão de petróleo da AIE, Lawrence Eagles.

Os países da Opep estão operando com velocidade máxima e, conseqüentemente, a capacidade produtiva ociosa das 13 nações do grupo está abaixo dos 2 milhões de barris por dia pela primeira vez desde 2006, observou o relatório de junho da AIE. O nível historicamente baixo de capacidade ociosa, que ocorre após anos de investimentos fracos no setor, torna a situação ainda pior para os consumidores, uma vez que a oferta de países que não estão na Opep deve crescer apenas 500 mil barris por dia, cerca de metade do volume projetado há alguns meses. Para consumidores a nova perspectiva deve, provavelmente, trazer pouco alívio em relação aos preços recordes atuais. Nesta manhã, o contrato do petróleo leve (tipo WTI) com vencimento em julho subia 0,93%, para US$ 135,60 por barril, no pregão eletrônico da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês).

A AIE previu reduções adicionais do crescimento da demanda para este ano, assim como se esperava, diante das recentes revisões em baixa das taxas de crescimento econômico dos EUA e de várias nações da Ásia e da Europa. A AIE reduziu a previsão de crescimento da demanda mundial de petróleo em 2008 em 230 mil barris por dia, em relação ao prognóstico feito no mês passado. Agora, a AIE prevê expansão de 0,9% da demanda mundial por petróleo neste ano, ante o prognóstico anterior de que o crescimento seria de 1,2%. Criada em 1974, em resposta à crise do petróleo de 1973-1974, a AIE atua como organismo consultivo para as nações desenvolvidas.

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No entanto, a AIE revisou a previsão de crescimento da demanda pela China. Com os esforços de reconstrução após o terremoto de 7,9 graus na escala Richter que atingiu o país no mês passado, a demanda por petróleo na China deve crescer em média quase 8 milhões de barris por dia neste ano, um crescimento de 5,5% ante 2007. Anteriormente, a AIE previa aumento de 4,9% no comparativo com o ano anterior. A demanda chinesa também está recebendo o suporte da limitação dos preços internos de combustíveis, determinada pelo governo.