A forte desaceleração de preços no varejo (de 0,64% para 0,04%) foi a principal responsável pela taxa menor da inflação de março medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que subiu 0 61% em março. Em fevereiro, a inflação pelo IGP-10 havia sido de 0,80%. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.
Embora os preços no atacado, medidos pelo IPA, também tenham registrado desaceleração (de 0,90% para 0,83%), a perda de força na inflação do varejo foi mais intensa. "O impacto da desaceleração do varejo foi quatro vezes maior do que o impacto da desaceleração do IPA, para a taxa menor do IGP-10", afirmou o economista.
De acordo com ele, no varejo, o destaque ficou por conta do grupo alimentação, cujos preços saíram de uma elevação de 1,33% para uma deflação de 0,39%, de fevereiro para março. "Cerca de 80% da desaceleração de preços do varejo foi originada do setor alimentação", afirmou.
Entre as principais movimentações de preços que ajudaram a derrubar a inflação do varejo estão as dos alimentos in natura. É o caso das quedas de preços em hortaliças e legumes (de 1,77% para -1,93%); e frutas (de 4,09% para -4,17%). Além disso, a inflação no varejo também foi beneficiada por quedas e desacelerações de preços no setor de carnes. Isso porque, no atacado, esse tipo de produto conta com boa oferta, o que reduz os preços, tanto no setor atacadista como no âmbito do consumidor. No varejo, as carnes bovinas intensificaram a deflação, de fevereiro para março (de -0,11% para 2,42%).