Uma das principais fornecedoras da Petrobras, responsável por afretamento de embarcações, a Technip anunciou nesta segunda-feira, 6, cortes em seus custos que podem chegar a US$ 916 milhões até 2017, em função da retração do mercado de óleo e gás em todo o mundo, com a queda nas cotações do petróleo.
A companhia anunciou que poderá reduzir sua presença no Brasil e que poderá levar anos até reaver créditos em projetos “em disputa com clientes”, citando a construção de refinarias no País. Ao todo, a Technip indicou que vai demitir até 6 mil pessoas de forma “progressiva” em todo o mundo.
A companhia possui atualmente 24 contratos ativos com a Petrobras que somam mais de R$ 5,7 bilhões e têm vencimento até 2021. Metade dos contratos se refere à afretamento de embarcações e serviços de operação dos navios de apoio à produção. Ela atua no País desde 1974, com fornecimento de dutos e equipamentos, manutenção e operação de embarcações, além de outros segmentos submarinos.
Em comunicado aos trabalhadores, a empresa atribui os cortes à “significativa queda do preço do petróleo” e a consequente “desaceleração” do setor. “Desde 2014, começamos a reagir rapidamente implementando medidas de redução de custo, mas o contexto difícil persiste e se agrava. Todos nossos clientes estão reduzindo seus investimentos e postergando ou anulando muitos de seus novos projetos de desenvolvimento de óleo e gás”, informou o CEO global, Thierry Pilenko, que assina o documento.
No comunicado publicado no site da empresa, os cortes são explicados pelas áreas de atuação. Parte “significativa” atingirá os segmentos onshore/offshore, principal segmento no País, que teve avaliação de “desempenho insatisfatório”.
A empresa ainda cita “disputas” com a Petrobras em seu comunicado, em referência a projetos não concluídos que demandaram recursos da empresa. “Technip tem, além disso, que reservar quantias apropriadas em projetos onde há uma disputa com os clientes sobre as mudanças e variações.
O projeto em questão se refere à obra da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), onde a empresa atuava como sócia de consórcio com a empreiteira Tomé Engenharia, no valor de R$ 1,2 bilhão. O contrato tem validade até agosto, segundo o site da própria estatal.