São Paulo
– Os supermercados estão recebendo tabelas de reajustes de 4,5% a 17% nos preços de produtos industrializados das áreas de produtos de higiene e limpeza, alimentos e eletroeletrônicos. A justificativa dos fornecedores para os aumentos é a nova alíquota da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o reajuste de insumos. Segundo uma grande rede, Reckitt Benckiser, Kimberly e Procter & Gamble estão entre as empresas que estão querendo reajustes a partir do próximo mês.“As tabelas mostram altas nos produtos de limpeza, fraldas, papel higiênico e chocolates, entre outros”, diz uma fonte. No setor de eletroeletrônicos, os fabricantes de produtos da chamada linha marron (televisores, aparelhos de som, DVDs) pedem reajuste em torno de 8%. Os produtos da linha branca (geladeiras, máquinas de lavar e freezers) apresentam aumento médio de 4,5%.
Para o presidente da Associação Paulista dos Supermercados (Apas) , Sussumu Honda, aumento acima de 7% é para recomposição de margens perdidas no ano passado, e não apenas repasse de alta da Cofins. “Estes aumentos vão ser negociados, é claro, mas podem começar a chegar para o consumidor entre 15 e 60 dias, dependendo dos estoques de cada empresa”, diz.
Na sua avaliação, o repasse dos aumentos será complicado pela perda de poder aquisitivo do consumidor, desemprego e redução nas vendas. Os supermercados tiveram durante o ano uma queda de 3,6% nas vendas em relação a 2002. “Em janeiro a demanda continua muito fraca. Apesar do clima otimista alardeado pelo governo, precisamos ter o pé no chão.”