O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou retração de 2,2% na passagem de agosto para setembro, na série com ajuste sazonal. O movimento representa o terceiro mês consecutivo de queda, resultando numa redução de 4,1% no terceiro trimestre de 2016, em relação ao segundo trimestre do ano, observou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Na comparação com setembro de 2015, a FBCF foi 10,6% menor em setembro deste ano. Como consequência, o resultado do terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado foi de uma redução de 9,9% nos investimentos.
“O recuo dos investimentos no terceiro trimestre reforça a expectativa de uma recuperação lenta da economia brasileira”, avaliou o técnico de planejamento e pesquisa Leonardo Mello de Carvalho, do Grupo de Conjuntura do Ipea, em nota oficial.
A piora no Indicador Ipea de FBCF entre agosto e setembro teve influência de seus dois componentes. O consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) – estimativa dos investimentos em máquinas e equipamentos que corresponde à produção industrial brasileira acrescentando as importações e subtraindo as exportações – recuou 1,7%. Já o indicador de construção civil caiu pelo quarto mês consecutivo, -2,3% em setembro ante agosto.
Na comparação com setembro de 2015, O consumo aparente diminuiu 10,6%, e a construção encolheu 13,1%.
Dentro do Came, a produção nacional de bens de capital recuou 5,1% em setembro ante agosto, pelo terceiro mês consecutivo. O volume de importações de bens de capital teve redução de 3,4% no período, o que resultou numa queda de 20,1% no terceiro trimestre ante o trimestre imediatamente anterior.
A FBCF é a operação das Contas Nacionais que registra a ampliação da capacidade produtiva futura de uma economia por meio de investimentos correntes em ativos fixos, ou seja, bens produzidos factíveis de utilização repetida e contínua em outros processos produtivos por tempo superior a um ano sem, no entanto, serem efetivamente consumidos pelos mesmos.