“Eu quero que o Brasil melhore e que os brasileiros tenham seus direitos”. Esse é o motivo que levou o trabalhador Djalma Daverny, 48 anos, até a Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba. Mesmo com a tarde fria, ele e cerca de 300 pessoas separaram o domingão (2) para protestar contra a Lei da Terceirização sancionada pelo presidente Michel Temer, na última sexta-feira (31).
De acordo com Nelson Silva de Souza, presidente da Força Sindical, a convocação para o ato aconteceu por meio das redes sociais como o Facebook, onde a página do movimento “Todos Contra o Fim da Aposentadoria” já possui mais de 440 mil seguidores.
“Fizemos a convocação logo após a lei ter sido sancionada porque foi uma traição aos trabalhadores, já que esperávamos que ele chamasse as centrais sindicais pra discutir a questão. Agora, sancionou de maneira irrestrita a lei, tirando do trabalhador o direito da aposentadoria, 13º salário, férias, fundo de garantia e até carteira assinada”, afirmou.
Para Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a lei aprovada pelo presidente é inaceitável. “Liberar a terceirização de forma indiscriminada vai precarizar a situação dos trabalhadores e da economia do país, já que os números provam que terceirizados ganham menos e têm direitos reduzidos. É uma vergonha o empenho do governo para acabar com os direitos trabalhistas, situação que não vai ter efeito nenhum na economia”, afirma.
Assim como ele, o estudante de Engenharia da Computação Leandro Alves dos Santos, 30, também é contrário à lei e saiu de casa para lutar pelos direitos que deseja receber após a formatura. “Essa ação do governo não teve apoio popular e só retira os direitos da população trabalhadora. Eu acompanhei todas as manifestações antes dessa e continuarei protestando”, promete. “Eu podia estar em casa, mas me preocupo com os filhos do meu filho e com os filhos de todos os brasileiros, que estão perdendo os direitos conquistados até aqui”, completou o fotógrafo Hailton Lima, 52.
Novas manifestações
Diversas centrais sindicais e outros movimentos já prometeram entrar em contato com o Fórum Paranaense de Combate à Terceirização para pedir um recurso alegando a inconstitucionalidade da nova lei. Além disso, Nelson adianta que novas manifestações devem acontecer em todo o país. “Esse é apenas o começo, pois vamos fazer grandes assembleias e greves nas empresas e fábricas preparando para a greve geral que deve acontecer dia 28 de abril. O povo está muito revoltado”, pontuou.