Força reelege Butka e critica política econômica

Em menos de dois meses, greve nos Correios, bancos, Receita, IBGE e INSS. ?Em casa de ferreiro, o espeto é de pau. Do que o governo pregou enquanto sindicalista, hoje faz o contrário. Esses companheiros têm razão em fazer isso. Economicamente o País não reflete muita coisa positiva para nós, trabalhadores?, afirma o secretário-geral da Força Sindical do Estado, Ariosvaldo Rocha. O motivo do desagrado: os altos juros e a carga tributária.

De acordo com o coordenador técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese/PR), Cid Cordeiro, as greves vêm envolvendo mais o setor público porque ?o setor carrega perdas históricas?. No entanto ele afirma que, no geral, há uma boa perspectiva em relação às negociações sindicais. ?Os acordos estão mais fáceis: 65% deles obtiveram um aumento real, 22% inflação igual e somente 12% inflação mais baixa. É o melhor resultado desde 96. E até o final deste ano e no próximo, a situação ficará ainda mais favorável às negociações. Isso porque o Banco Central iniciou um processo da redução das taxas de juros. É lento, mas é um início?, explica Cordeiro.

Essas discussões – acerca da conjuntura política, econômica e sindical – foram o conteúdo do 6.º Congresso Estadual da Força Sindical Paranaense, do qual participaram cerca de 600 mil trabalhadores, de cem sindicatos locais. Além da avaliação do contexto, na ocasião foi eleita a nova direção regional e os sindicalistas definiram, além da continuidade da atual chapa, ou seja, de Sérgio Butka na presidência, o plano de ação. ?O plano de ação continua o mesmo, tendo como prioridade a reforma sindical que é uma necessidade urgente que todos os sindicatos reconhecem. Precisamos de mais autonomia?, afirma Butka.

A análise que o presidente regional da Força Sindical faz da realidade atual, não foge ao ritmo dos demais sindicalistas. ?Os trabalhadores como um todo esperavam mais do governo. Quando a economia vai bem, tudo acontece melhor. Quando vai mal, as negociações também vão mal. As greves no setor público são resultado de uma política pública problemática. No setor privado é porque a economia aquece e os trabalhadores cobram os reajustes?, conclui Butka.

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