Força e CUT lançam campanha salarial

São Paulo

– A Força Sindical e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) lançaram na manhã de ontem a Campanha Salarial Unificada para categorias filiadas às duas centrais trabalhistas que têm data-base neste segundo semestre, sendo uma delas os metalúrgicos do Estado de São Paulo.

Entre as principais reivindicações, está o reajuste salarial de 20%, além do piso unificado de R$ 600 para trabalhadores dos setores comerciário, têxtil, telefônico, joalheiro, aeroviário, químico, de alimento e de brinquedos – além dos próprios metalúrgicos. A pauta de reivindicações será entregue amanhã à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou que, apesar de as duas principais centrais sindicais do País já terem feito campanhas em conjunto, esta é a primeira vez que isso ocorre “seriamente”. De acordo com ele, “a difícil situação econômica” exige este tipo de unificação. “Deixamos de lado as diferenças entre Força e CUT para cuidar do interesse dos trabalhadores”, afirmou, pouco antes de discursar para cerca de 10 mil pessoas, segundo cálculos da organização da assembléia realizada hoje.

Ausente na assembléia por motivos de agenda, o presidente da CUT, Luiz Marinho, enviou o secretário nacional de Comunicação da central, Antônio Carlos Spis, para representá-lo. De acordo com Spis, o principal objetivo da unificação é “conseguir um acordo coletivo favorável em tempos difíceis”. Para ele, os trabalhadores é que saem fortalecidos de iniciativas como esta união. “É uma junção às claras e em prol de um único ideal. Pretendemos construir uma força capaz de fazer frente à Fiesp e ao governo nas negociações”, disse.

Jornada

Outra reivindicação das centrais é a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários. No Congresso Nacional, o assunto também causa polêmica. O projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) que prevê a diminuição no total de horas trabalhadas por semana foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e conta com o apoio moderado do governo. “A redução poderia gerar mais 300 mil empregos somente no Estado de São Paulo e cerca de 3 milhões no Brasil”, disse Paulinho.

Os sindicalistas também querem discutir com os empresários uma participação nos lucros ou resultados das empresas, redução das taxas de juros do setor financeiro e a correção anual da tabela de Imposto de Renda.

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