O mercado financeiro pouco se mexeu em relação às projeções para as transações correntes, mesmo após o Banco Central ter divulgado um déficit surpreendente do resultado de julho, negativo em US$ 9 bilhões. De acordo com a pesquisa Focus, divulgada na manhã desta segunda-feira, 26, a previsão mediana para o rombo da conta corrente foi mantida em US$ 77 bilhões, como já constava no levantamento anterior. Há um mês, a expectativa mediana estava no vermelho, em US$ 76,15 bilhões.

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Para 2014, o movimento, inclusive, foi de redução da previsão para o déficit, com a mediana passando de US$ 79,46 bilhões para US$ 78,55 bilhões. Quatro semanas atrás, a mediana revelava um resultado negativo de US$ 79,50 bilhões.

Apesar da piora do quadro externo, foi mantida a projeção de que o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será de US$ 60 bilhões neste e no próximo ano, o que significa que o financiamento do déficit não será integral desta vez. Há 37 semanas, o mercado não muda esta projeção de IED para 2013 e há 54 semanas para o de 2014.

Além do resultado de julho, outro dado que corroboraria com a projeção de um déficit menor é a expectativa de piora para a balança comercial deste ano. De acordo com a Focus, a mediana das estimativas para o saldo passou de superávit de US$ 4,35 bilhões para US$ 3,40 bilhões. Um mês atrás estava em US$ 5,70 bilhões. Para 2014, no entanto, houve elevação da mediana para o saldo, que passou de US$ 8 bilhões para US$ 9 bilhões – quatro semanas atrás estava em US$ 8,92 bilhões.

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Já relação dívida/PIB voltou para o patamar de 35,00% em 2013, como estava há um mês, depois de ter marcado a taxa de 34,90% na semana passada. Para 2014, foi mantida a projeção mediana de 34,70% vista no levantamento anterior. Um mês atrás, estava em 35,00%.

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IGP-DI

A exemplo da previsão para o IPCA, pesquisa Focus mostra uma elevação abrangente das estimativas dos analistas do mercado financeiro para vários índices de inflação, e também para os preços administrados. A mediana das previsões para o IGP-DI de 2013 passou de 4,51% para 4,55% – um mês atrás estava em 4,90%. Para 2014, a taxa subiu de 5,50% para 5,57% – quatro semanas antes, a mediana para o IGP-DI também estava em 5,50%.

No caso do IGP-M, a alta para 2013 foi menor, de 4,49% para 4,50%. A mediana está mais baixa do que a vista um mês antes, de 4,94%. Para o próximo ano, a mediana das estimativas foi mantida em 5,50%, mesmo nível verificado não só na pesquisa anterior como na de quatro semanas antes.

Já a inflação paulistana, medida pelo IPC-Fipe, passou de 4,32% para 4,37%, segundo a Focus. Um mês atrás, estava em 4,66%. No caso de 2014, foi mantida a expectativa mediana de 5,27%, como no levantamento anterior. O resultado, no entanto, é inferior ao visto um mês atrás (5,43%).

Sobre os preços administrados, houve uma alta de 1,75% para 1,80% na mediana das estimativas para o final deste ano, que se encontrava em 1,93% há quatro semanas. Para 2014, a alta esperada para esse conjunto de preços foi mantida em 4,50%, como no levantamento anterior – um mês antes, estava em 4,00%.