Brasília (AE)- O mercado financeiro continua pessimista em relação à inflação do próximo ano. As projeções de mercado para a inflação de 2005 ficaram estáveis em 5,8% pela segunda semana consecutiva. O porcentual, apesar da estabilidade, ainda se encontra acima dos 5,1% de meta a ser perseguida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no próximo ano e dos 5,6% previstos na semana passada no relatório trimestral de inflação. Na semana passada, o diretor de Estudos Especiais do Banco Central (BC), Eduardo Loyo, havia dito que as projeções de IPCA precisavam não somente se estabilizar como reverter a tendência de alta verificada nas últimas semanas e ficar mais próximas da meta de 2005.

Para 2004, porém, as projeções de inflação contidas na pesquisa do BC recuaram de 7,34% para 7,31%. Apesar da queda, a previsão ainda se encontra acima do centro da meta de 5,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o corrente ano e dos 7,2% previstos no relatório de inflação. A queda foi acompanhada de uma revisão das estimativas de IPCA em 12 meses à frente de 6,23% para 6,18%, porcentual menor que os 6,28% de há quatro semanas.

Essa redução na inflação veio acompanhada de projeções mais otimistas em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que aumentaram de 4,47% para 4,50%.

As previsões de expansão da produção industrial, por sua vez, passaram dos 6,50% na semana passada para 6,61%. Em relação a 2005, porém, a projeção seguiu tendência inversa e recuaram de 3,55% para 3,50%. As estimativas de aumento da produção industrial no próximo ano também apresentaram redução e passaram dos 4,13% para 4,03% na pesquisa.

As estimativas de taxa de juros feitas pelas instituições ouvidas na pesquisa do BC ficaram estáveis numa semana após a divulgação do relatório de inflação divulgado na semana passada e considerado conservador por boa parte do mercado. Com isso, as estimativas de juros no final do corrente ano ficaram estáveis em 17% e as previsões para o fim de 2005 continuaram em 15,25% pela segunda semana consecutiva.

Para o mês em curso, as projeções continuaram a apontar para a possibilidade de aumento dos juros em mais 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do Copom. A taxa Selic, em função desta elevação, passaria dos atuais 16,25% para 16,50%.

As instituições financeiras ouvidas pelo BC revisaram suas projeções de taxa de câmbio para o fim de 2005 de R$ 3,17 para R$ 3,15. Esta variável, na visão de alguns analistas de mercado, é chave para impulsionar uma melhora das expectativas de inflação para o próximo ano. Há quatro semanas, as instituições financeiras trabalhavam com uma expectativa de taxa de câmbio para o mesmo período de R$ 3,20.

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