FMI volta a reduzir projeção de expansão mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a reduzir as projeções de crescimento para a economia mundial em 2013. A expectativa é que a expansão global seja de 3,1% este ano, de 3,3% na previsão de abril, quando o Fundo divulgou seu relatório Perspectiva Econômica Global. Em abril, os economistas do FMI já haviam cortado a estimativa em também 0,2 ponto ante à feita em janeiro. Ao invés de se acelerar como previsto inicialmente, o crescimento deve continuar em ritmo mais modesto.

Para 2014, a previsão foi cortada hoje pela primeira vez este ano. Em abril, esperava-se crescimento de 4%, mesmo nível previsto em janeiro, quando o FMI divulgou seu primeiro boletim com projeções macroeconômicas este ano. Agora, a expectativa teve corte de 0,2 ponto, para 3,8%.

A culpa pelo menor crescimento da economia mundial é dos mercados emergentes, que estão crescendo bem menos que o esperado, de acordo com o relatório de atualização das projeções divulgado nesta terça-feira pelo Fundo. A zona do euro é outro fator que tem impedido maior expansão global, com suas economias mergulhadas em uma recessão que deve ser mais intensa este ano que o esperado, sobretudo na Itália.

O documento menciona que enquanto velhos riscos para dificultar o crescimento global permanece, novos riscos aparecerem recentemente, sobretudo em meio às perspectivas de mudanças na política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Nesse novo cenário, há o risco de o crescimento aquém do potencial dos mercados emergentes permanecer caso eles enfrentem fugas maciças de capital.

Entre os países desenvolvidos, os Estados Unidos deve crescer 1,7% este ano, abaixo dos 1,9% previstos no relatório de abril. Em 2014, a previsão é de expansão de 2,7%, também 0,2 ponto porcentual abaixo da anterior. O FMI atribuiu o menor nível de expansão da atividade norte-americana ao corte automático de gastos públicos e seus impactos na economia. O fundo faz a ressalva que inicialmente esperava que estes efeitos negativos dos cortes de gastos acabassem em 2013, mas agora avalia que eles vão continuar também no ano que vem, contribuindo para uma expansão menor do PIB.

O Japão, ao contrário, vai surpreender, como consequência da política monetária acomodatícia que o país asiático vem adotando, que tem estimulado o consumo e as exportações ao enfraquecer o iene. O PIB japonês foi um dos poucos no relatório do FMI a ter revisão para cima nas previsões para 2013. A projeção foi aumentada em 0,5 ante a feita em abril e agora a aposta é que o PIB vai se expandir em 2%.

Na zona do euro, a situação está pior do que o inicialmente esperado. Parte da culta é da demora em implementar reformas essenciais em áreas chaves na região para reanimar as economias, destaca o documento do FMI. A região deve se contrair 0,6% este ano, pior do que a contração de 0,3% da previsão feita em abril. Países como Itália e França devem ver contração em suas economias maiores que o estimado.

Além do Japão, o Reino Unido foi outra região a ter revisão para cima em suas projeções para 2013. A estimativa aumentou em 0,3 ponto em relação a feita em abril e agora o Fundo prevê avanço de 0,9% este ano. Para 2014 não houve alterações e a projeção segue mantida em alta de 1,5%.

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